Bruxelas condena "restrição" a liberdade de expressão na Guiné-Bissau

A porta-voz para a política externa da Comissão Europeia, Anitta Hipper, condenou hoje a decisão da Guiné-Bissau de expulsar do país órgãos de comunicação social portugueses, considerando-a uma "restrição lamentável" à liberdade de expressão.

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Lusa
17/08/2025 20:59 ‧ há 2 horas por Lusa

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"A decisão da Guiné-Bissau de expulsar vários meios de comunicação internacionais é uma restrição lamentável à liberdade de expressão e ao espaço público", escreveu Anitta Hipper na sua conta na rede social X.

 

O Governo da Guiné-Bissau decidiu, na sexta-feira, expulsar as delegações da agência Lusa, da RTP e da RDP do país, suspender as suas emissões com efeitos imediatos e ordenar aos seus representantes que deixem o país até terça-feira. Não foram avançadas razões para esta decisão.

"Uma sociedade aberta deve poder contar com a diversidade de vozes", acrescentou a porta-voz da alta representante para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança e vice-presidente da Comissão Europeia, Kaja Kallas.

Hoje, de visita a Cabo Verde, o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, escusou-se a explicar os motivos da expulsão dos órgãos de comunicação social portugueses, justificando que o problema é entre a Guiné-Bissau e Portugal.

"É um problema da Guiné-Bissau com Portugal, não é com Cabo Verde. Não vou responder a isso", disse o Presidente guineense quando questionado pelos jornalistas, no Palácio do Governo, na cidade da Praia.

"Não vou falar nada sobre Portugal em Cabo Verde", reforçou Sissoco Embaló.

Perante a insistência dos jornalistas sobre a liberdade de expressão e imprensa ser um valor universal, Sissoco Embaló rejeitou que estes valores estejam em causa na Guiné-Bissau.

"Podem ir à Guiné-Bissau e ver se está interditada a liberdade de expressão. Façam-me essa pergunta na Guiné-Bissau", disse.

O Presidente da Guiné-Bissau chegou hoje a Cabo Verde para uma visita destinada a manifestar solidariedade aos cabo-verdianos após a tempestade que atingiu a ilha de São Vicente, em 11 de agosto, provocando nove mortos e mais de duas centenas de desalojados, além da destruição de casas, estradas e infraestruturas de abastecimento de água e energia.

A visita, que esteve inicialmente prevista para sexta-feira, foi adiada para hoje devido a uma avaria no avião que iria transportar o Presidente guineense, de acordo com informações das autoridades cabo-verdianas.

O chefe de Estado guineense foi recebido no Palácio do Governo pelo primeiro-ministro, José Ulisses Correia e Silva.

Também a visita que o Presidente da Guiné-Bissau tinha agendada para segunda-feira à sede da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, em Lisboa, foi adiada.

A Guiné-Bissau detém atualmente a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), que assumiu na cimeira da organização em 18 de julho, na capital guineense.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) português repudiou a expulsão dos representantes dos órgãos de comunicação social portugueses, que classificou como "altamente censurável e injustificável", e manifestou a intenção de pedir explicações ao Governo guineense.

Leia Também: Presidente da Guiné-Bissau recusa explicar expulsão de Lusa, RTP e RDP

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