Seis soldados libaneses mortos ao remover explosivos do Hezbollah

Pelo menos seis soldados libaneses morreram hoje numa explosão no sul do país, durante uma "operação de limpeza" de um armazém de munições, informou o Exército, tendo fonte militar indicado que eram instalações do grupo xiita Hezbollah.

hezbollah apoiantes

© IBRAHIM AMRO/AFP via Getty Images

Lusa
09/08/2025 15:44 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

"Enquanto uma unidade do Exército procurava e desmantelava um depósito de armas em Wadi Zebqin, em Tiro, ocorreu uma explosão no seu interior, matando seis soldados e ferindo vários outros", relatou o Exército num balanço provisório, acrescentando que foi aberta uma investigação.

 

Uma fonte militar, que pediu o anonimato, disse à agência France-Presse (AFP) que a explosão ocorreu "dentro de uma instalação militar do Hezbollah", enquanto os soldados "removiam munições e engenhos explosivos não detonados", que terão sido deixados para trás durante a ofensiva israelita no outono passado contra o grupo armado libanês apoiado pelo Irão.

O Presidente libanês, Joseph Aoun, de acordo com um comunicado, já contactou com o Exército, no seguimento das circunstâncias do "trágico incidente".

O primeiro-ministro, Nawaf Salam, disse pelo seu lado na rede X que "é com profundo pesar que o Líbano saúda os filhos do valente Exército que caíram como mártires no sul, enquanto cumpriam o seu dever nacional".

As mortes dos soldados ocorrem poucos dias depois de o Governo ter incumbido o Exército de desenvolver um plano de ação para desarmar o Hezbollah até ao final do ano.

A par do Hamas na Palestina e dos Huthis do Iémen, o Hezbollah constitui o chamado eixo da resistência apoiado por Teerão, e que se envolveu em hostilidades militares com Israel, logo após o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023.

Após quase um ano de troca de tiros ao longo da fronteira israelo-libanesa, Israel lançou uma forte campanha aérea no verão do ano passado, que decapitou a liderança do movimento xiita, incluindo a morte do seu líder histórico, Hassan Nasrallah, nos arredores de Beirute, e de várias outros altos membros da sua hierarquia política e militar.

No seguimento do cessar-fogo alcançado em novembro, o Governo libanês tem procurado concentrar todo o armamento do país nas forças de segurança oficiais, mas até agora estava a favorecer entregas voluntárias de armas por receio de uma escalada de violência interna.

O Hezbollah, que saiu militar e politicamente bastante enfraquecido dos intensos ataques israelitas, acusou o Governo de cometer um "pecado grave" com a medida do seu desarmamento e ameaçou continuar a agir como se a decisão "não existisse".

O Hezbollah considera também que o seu desarmamento "atinge a soberania do Líbano" e "dá carta-branca a Israel para minar a sua segurança, geografia, política e existência futura".

Um conselheiro do líder supremo iraniano, ayatollah Ali Khamenei, reiterou hoje a posição do seu país contra o desarmamento do seu aliado.

Apesar do cessar-fogo em vigor desde novembro, Israel continua a visar posições e alvos alegadamente do Hezbollah, além de manter posições militares no sul do Líbano, e ameaça voltar a intensificar as suas operações caso o movimento não se desarme.

Na quinta-feira, o porta-voz das forças de manutenção da paz da ONU no Líbano, Andrea Tenenti, revelou que os soldados internacionais "descobriram uma vasta rede de túneis fortificados" na mesma área.

O porta-voz adjunto do secretário-geral da ONU, Farhan Haq, disse aos jornalistas que as forças de manutenção da paz e o Exército libanês encontraram "três 'bunkers', artilharia, lança-mísseis, centenas de projéteis e 'rockets' explosivos, minas antitanque e cerca de 250 engenhos explosivos improvisados prontos a usar".

Leia Também: França saúda "decisão corajosa" do Líbano de desarmar o Hezbollah

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