Frelimo precisa de 1,2 milhões para recuperar sedes vandalizadas

A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder desde 1975, precisa de 1,2 milhões de euros para reabilitar 25 sedes vandalizadas na província da Zambézia, durante as manifestações pós-eleitorais, foi hoje anunciado.

Mozambique/Elections: Protests following confirmation of Daniel Chapo as President

© Lusa

Lusa
10/08/2025 09:41 ‧ há 6 horas por Lusa

Mundo

Moçambique

"A avaliação que fizemos foi reabilitar as sedes totalmente destruídas e parcialmente destruídas. Estamos em 89 milhões de meticais [1,2 milhões de euros]. O partido vive de quotas dos seus membros e este exercício não está ser fácil, para podermos reerguer as nossas sedes. Mas nós somos um partido organizado", disse o primeiro secretário da Frelimo naquela província, Francisco Nangura.

 

O dirigente, que falava aos jornalistas depois de visitar as instalações do partido, totalmente destruídas, no distrito de Molumbo, explicou que já estão a iniciar a reabilitação de sedes no distrito de Alto Molócue e na cidade de Mocuba, de forma a permitir "ir funcionando".

Acrescentou que seis sedes do partido naquela província do centro de Moçambique foram totalmente destruídas durante os mais de cinco meses de manifestações que se seguiram às eleições gerais de 09 de outubro de 2024, enquanto 19 instalações foram parcialmente vandalizadas.

"Apelar à nossa população para estar unida e continuar a proteger os nossos líderes. Porque isto não afeta só os líderes comunitários, também afeta os dirigentes do partido", reconheceu ainda Francisco Nangura, sobre alguns atos de violência que ainda se registam pontualmente.

Moçambique viveu desde as eleições de outubro um clima de forte agitação social, com manifestações e paralisações convocadas pelo então candidato presidencial Venâncio Mondlane, que rejeita os resultados eleitorais que deram vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo, partido no poder, como quinto Presidente da República.

Segundo organizações não-governamentais que acompanham o processo eleitoral, cerca de 400 pessoas morreram em resultado de confrontos com a polícia, além de destruição de património público e privado, saques e violência, conflitos que cessaram após encontros entre Mondlane e Chapo em 23 de março e em 20 de maio, com vista à pacificação.

O Ministério Público (MP) moçambicano acusou o político Venâncio Mondlane de ter apelado a uma "revolução" nos protestos pós-eleitorais, provocando "pânico" e "terror" na população, responsabilizando-o pelas mortes e por mergulhar o país no "caos".

No despacho de acusação, entregue em 22 de julho ao político na Procuradoria-Geral da República (PGR), em Maputo, o MP recorre, como grande parte da prova, aos apelos à contestação, greves, paralisações e de mobilização para protestos feitos nos diretos de Venâncio Mondlane nas redes sociais, ao longo das várias fases da contestação ao processo eleitoral de 2024 em Moçambique.

"Os factos praticados pelo arguido colocaram em causa, de forma grave, bens jurídicos fundamentais, tais como a vida, a integridade física e psíquica das pessoas, a liberdade de circulação, a ordem, segurança e tranquilidade públicas, bem assim o normal funcionamento das instituições públicas e privadas", lê-se.

O MP imputa a Venâncio Mondlane, candidato presidencial nas eleições gerais de 09 de outubro e que não reconhece os resultados, a "autoria material e moral, em concurso real de infrações", os crimes de apologia pública ao crime, de incitamento à desobediência coletiva, de instigação pública a um crime, de instigação ao terrorismo e de incitamento ao terrorismo.

Afirma que recorreu às redes sociais "para facilitar a divulgação das suas ideias radicais, que intitulou de revolução", o que "efetivamente aconteceu, uma vez que as publicações foram visualizadas, comentadas e partilhadas por diversas pessoas, que as puseram em prática".

Leia Também: Presidente moçambicano diz a Mnangagwa que ninguém separará "irmandade"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas