A porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado, Zhu Fenglian, afirmou que Lai "aderiu obstinadamente à posição separatista da independência de Taiwan e à estratégia errada de depender de potências estrangeiras para procurar a independência".
Zhu acusou o líder taiwanês de "promover a falsa narrativa de democracia contra autoritarismo" e de revelar a sua "verdadeira natureza de sabotador da paz, belicista e provocador".
Segundo a responsável, durante o primeiro ano do seu mandato, Lai impulsionou a "desvinculação e rutura dos laços através do Estreito [de Taiwan], prejudicando os intercâmbios e interações".
"Lai negligenciou a economia e o bem-estar da ilha, traindo sem escrúpulos Taiwan, prejudicando os seus interesses e enfraquecendo a sua economia", acrescentou.
A porta-voz advertiu ainda que "quem persegue a independência de Taiwan e o separatismo acabará inevitavelmente por provocar a sua própria destruição".
No seu discurso, William Lai afirmou que o orçamento da Defesa de Taiwan representará cerca de 3% do Produto Interno Bruto em 2026, valor semelhante ao deste ano, reiterando o compromisso em manter o "status quo" e garantir a "paz e estabilidade" no Estreito.
Lai denunciou as atividades militares da China no Estreito de Taiwan e nos mares do Sul e do Leste da China acusando-as de representarem "um desafio sem precedentes à ordem internacional baseada em regras" e apelou à união das democracias do mundo perante a "expansão contínua do autoritarismo".
Pequim considera Taiwan uma "parte inalienável" do território chinês e não exclui o recurso à força para alcançar a "reunificação" com a ilha.
Nos últimos anos, a China intensificou a pressão diplomática e militar sobre Taiwan, realizando com maior frequência exercícios militares nas imediações da ilha e forçando a perda de aliados diplomáticos de Taipé em favor de Pequim.
Desde 2016, Taiwan é governada pelo Partido Democrático Progressista (PDP), formação de tendência soberanista, que defende que a ilha é, de facto, um país independente, sob o nome de República da China, e que o seu futuro só pode ser decidido pelos seus 23 milhões de habitantes.
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