"O sofrimento e a fome que se vivem em Gaza são indescritíveis e indefensáveis" e a situação, que já era grave, "atingiu novos níveis e continua a piorar", afirmou Keir Starmer, em comunicado.
"Estamos a assistir a uma catástrofe humanitária", lamentou.
O governante britânico afirmou que vai fazer uma "chamada de emergência com os parceiros do E3" [grupo formado pelo Reino Unido, Alemanha e França], para debater o que pode ser feito "com urgência para parar as mortes e levar às pessoas os alimentos de que precisam desesperadamente", ao mesmo tempo que serão reunidas "todas as medidas necessárias para construir uma paz duradoura".
"Todos concordamos com a necessidade urgente de Israel mudar de rumo e permitir que a ajuda desesperadamente necessária entre em Gaza sem demora", acrescentou.
O chefe do Governo britânico reiterou o pedido de um cessar-fogo imediato e a libertação dos reféns pelo movimento islamita palestiniano Hamas, mas mantém que o Reino Unido só vai reconhecer a Palestina como um Estado durante um futuro processo de paz.
"Estamos certos de que a criação do Estado é um direito inalienável do povo palestiniano. Um cessar-fogo vai colocar-nos no caminho para o reconhecimento de um Estado palestino e uma solução de dois Estados que garanta paz e segurança para palestinos e israelitas", vincou.
A fase mais recente do conflito israelo-palestiniano foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023, no sul de Israel, nos quais morreram cerca de 1.200 pessoas e mais de duas centenas foram feitos reféns, de acordo com dados das autoridades israelitas.
A retaliação de Israel já causou mais de 59 mil mortos, sobretudo civis, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
Além disso, incluiu a imposição de um bloqueio de bens essenciais a Gaza, como alimentos, água potável, medicação e combustível.
O Governo de Israel e representantes do Hamas retomaram negociações há várias semanas com o objetivo de alcançar um novo cessar-fogo em Gaza, depois do exército israelita ter rompido, a 18 de março, o acordo de tréguas estabelecido em janeiro com o grupo islamista e retomado a ofensiva militar.
No entanto, as negociações arrastam-se há mais de duas semanas sem qualquer avanço, com cada lado a acusar o outro de se recusar a ceder em exigências importantes.
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