Von der Leyen diz que relações UE-China estão num "ponto de inflexão"

A presidente da Comissão Europeia alertou hoje o Presidente chinês que as relações entre a União Europeia e a China atingiram um "ponto de inflexão", exigindo soluções para o desequilíbrio comercial e o apoio a Moscovo.

25th EU-China Summit in Beijing

© Lusa

João Pimenta
24/07/2025 06:11 ‧ há 2 semanas por João Pimenta

Mundo

Xi Jinping

A advertência de Ursula von der Leyen foi feita no arranque da 25.ª cimeira UE-China, em Pequim, numa reunião de um dia marcada por crescentes tensões económicas e geopolíticas, que ensombram as comemorações dos 50 anos de relações diplomáticas entre as duas partes.

 

"À medida que a nossa cooperação se aprofundou, também se aprofundaram os desequilíbrios. Chegámos a um ponto de inflexão", declarou Von der Leyen, de acordo com declarações preparadas para o encontro.

"Reequilibrar a nossa relação bilateral deixou de ser uma opção. É uma necessidade", apontou.

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, também presente na reunião, instou Xi Jinping a usar a sua influência sobre Moscovo para "pôr fim à guerra de agressão contra a Ucrânia", reiterando o apelo europeu a uma posição mais firme da China face à invasão russa.

Pequim recusou até agora condenar a ofensiva russa e tem sido acusada de fornecer bens de uso duplo civil e militar a Moscovo -- alegações que o Governo chinês nega. Na quarta-feira, a China criticou as sanções impostas pela UE a dois bancos chineses por alegadamente facilitarem o comércio com a Rússia, dias antes da chegada dos dirigentes europeus à capital chinesa.

Xi Jinping reconheceu que as relações atravessam um "momento crítico" e defendeu que ambas as partes devem fazer "as escolhas estratégicas corretas", aprofundando a cooperação de modo a oferecer "mais estabilidade e certeza para o mundo".

"As relações entre a China e a UE devem manter-se na direção certa. Somos dois 'grandes' na comunidade internacional e temos a responsabilidade de o fazer", afirmou.

A cimeira ocorre num momento de particular tensão comercial, com Bruxelas a denunciar práticas "injustas" por parte de Pequim, incluindo o impacto de bens subsidiados chineses de baixo custo nos mercados europeus.

Dados oficiais chineses mostram que, no primeiro semestre do ano, as exportações da China para a UE aumentaram 7%, para 267 mil milhões de dólares (226 milhões de euros), enquanto as importações europeias caíram 6%, para 125 mil milhões de dólares (106 mil milhões de euros).

Von der Leyen sublinhou que "as relações, para serem sustentáveis, têm de ser mutuamente benéficas" e defendeu que "é vital que a China e a Europa reconheçam as respetivas preocupações e apresentem soluções reais".

Os dirigentes europeus realizaram um almoço de trabalho com Xi Jinping e têm ainda previstas reuniões e um banquete oficial com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang.

Von der Leyen deverá prestar declarações à imprensa ao final do dia.

Leia Também: Cimera entre UE e China coloca à prova relações tensas

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