Morre o presidente interino de Myanmar nomeado por junta militar

O presidente interino nomeado pela junta militar de Myanmar (antiga Birmânia), Myint Swe, morreu hoje aos 74 anos, vítima de doença prolongada, informou a junta militar.

Myint Swe, Birmânia,

© Getty Images

Lusa
07/08/2025 07:13 ‧ há 2 horas por Lusa

Mundo

Myanmar

Myint Swe morreu às 08h28 (02h58 em Lisboa) num hospital militar em Naipyido, refere a junta numa declaração, em que anuncia também a realização de um funeral de Estado.

 

A morte de Myint Swe ocorreu mais de um ano depois de se ter demitido das funções presidenciais, após assumir que estava com problemas de saúde.

O político birmanês, que assumiu o cargo -- cujo papel é quase cerimonial - após o golpe militar, em 2021, sofria de perturbações neurológicas e de neuropatia periférica, que causaram "problemas psicomotores e de má nutrição", declarou a junta em julho de 2024.

A doença impediu-o de garantir as responsabilidades do cargo, pelo que o líder da junta, o general Min Aung Hlaing, assumiu as funções presidenciais.

A morte ocorre uma semana depois de a junta militar birmanesa ter anunciado o fim do estado de emergência decretado desde o golpe de Estado, no quadro da realização de eleições, previstas para os próximos seis meses.

De acordo com a junta, estas eleições, questionadas pela oposição e pela comunidade internacional, poderão ter lugar em dezembro.

Myint Swe desempenhou funções de vice-presidente durante o Governo civil liderado pela conselheira de Estado e Prémio Nobel da Paz Aung San Suu Kyi, graças aos privilégios que a Constituição birmanesa reserva ao exército, que, entre outros poderes, lhe permite nomear uma pessoa para o referido cargo.

Após a revolta, o exército promoveu-o a presidente, na sequência da detenção de Suu Kyi e de Win Myint - presidente entre 2018 e 01 de fevereiro de 2021, a data do golpe -, e entregou imediatamente o poder aos militares, nomeando o chefe das forças armadas, o general golpista Min Aung Hlaing, como primeiro-ministro interino.

Embora seja uma figura mais protocolar, o presidente tem poderes importantes, como a aprovação de decretos.

O golpe militar de 2021 pôs fim a dez anos de transição democrática e abriu uma espiral de violência, que exacerbou a guerra de guerrilha que o país vive há décadas, com milhares de jovens a juntarem-se a grupos armados que combatem o exército.

Leia Também: Mais de 20 civis (incluindo crianças) mortos após ataque aéreo em Myanmar

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