Israel permitiu que dois líderes cristãos visitassem esta sexta-feira a Faixa de Gaza, depois de no dia anterior ter atingido a uma igreja católica no enclave, matando três pessoas.
O patriarca dos Latinos de Jerusalém, Pierbattista Pizzaballa, e o seu homólogo da Igreja Grega Ortodoxa, Theophilos III, conduziram uma delegação à Cidade de Gaza que contou com representantes de mais de vinte países, incluindo a Rússia, a China e também da Europa.
Ao entrarem no enclave, Pizzaballa recebeu uma chamada do Papa Leão XIV. Ao Vatican News o patriarca conta que o Bispo de Roma reiterou que “é tempo de parar o massacre, que o que está a acontecer é injustificável e que temos de nos certificar de que não há mais vítimas”.
Palavras Leão XIV terá também dito ao próprio primeiro-ministro israelita. Segundo o Vaticano, Netanyahu ligou ao Sumo Pontífice na manhã desta sexta-feira, numa conversa onde o Papa terá apelado “a uma nova ronda de negociações para um cessar-fogo e um fim da guerra”.
Leão XIV expressou ainda preocupação com a situação humanitária “dramática” em Gaza e para a necessidade de proteger locais de devoção, os devotos e todas as pessoas nos territórios palestinianos e israelitas.
Durante a visita ao enclave, os patriarcas cristãos reuniram e falaram com outros cristãos na Faixa de Gaza, naquilo que Theophilos III considerou ter sido uma “expressão poderosa” de unidade e solidariedade da igreja.
As autoridades israelitas têm feito um controlo apertado das fronteiras da Faixa de Gaza, escolhendo mesmo quando entra ou não ajuda humanitária para o enclave. A visita foi permitida depois de Netanyahu dizer que se “arrependia profundamente” do ataque à única igreja católica de Gaza, onde centenas de palestinianos se abrigavam - crianças e pessoas com deficiências incluídas.
O ataque, que vitimou quatro pessoas e feriu outras dez (incluindo o padre que recebia chamadas diárias do falecido Papa Francisco), foi “um erro” segundo o primeiro-ministro israelita, causado por um tanque “perdido”. Netanyahu não apresentou quaisquer provas que fundamentassem estas afirmações.
De igual forma, as forças militares de Israel afirmam que não têm como alvo igrejas ou locais religiosos, mas há relatos sistemáticos de ataques a mesquitas. O patriarcado de Jerusalém refuta também está afirmação e diz que há "ataques reiterados a locais religiosos católicos em Gaza".
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