Leão XIV "renovou o apelo para uma revitalização dos esforços de negociação para alcançar um cessar-fogo e o fim da guerra. Expressou novamente preocupação pela dramática situação humanitária da população em Gaza, cujo preço desolador está a ser pago especialmente por crianças, idosos e doentes", afirmou o Vaticano.
O líder da Igreja Católica recebeu um telefonema de Netanyahu na residência de verão, em Castel Gandolfo, "na sequência do ataque militar de ontem [quinta-feira] do exército israelita que atingiu a igreja da Sagrada Família em Gaza, matando três pessoas e ferindo outras, algumas delas gravemente", acrescentou.
O ataque, condenado pela comunidade internacional, ocorreu quando mais de 400 pessoas deslocadas se encontravam no interior da igreja e causou três mortos e 11 feridos, incluindo o pároco Gabriele Romanelli, a quem o anterior papa Francisco telefonava todos os dias.
Leão XIV também reiterou a Netanyahu "a urgência de proteger os locais de culto e, sobretudo, os fiéis e todas as pessoas na Palestina e em Israel".
Na quinta-feira à noite, o primeiro-ministro de Israel lamentou que "uma munição perdida" do exército israelita tenha atingido a igreja e disse que "cada vida inocente perdida é uma tragédia", numa mensagem que só chegou depois de ter falado por telefone com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Antes da conversa com Netanyahu, o Papa tinha apelado para o "fim da morte desnecessária de inocentes", depois do ataque israelita à paróquia e telefonou ao patriarca latino de Jerusalém, o cardeal Pierbattista Pizzaballa, para "se informar sobre a situação em Gaza" e "o estado do padre Romanelli e de outros feridos no injustificável ataque".
Pizzaballa e o patriarca greco-ortodoxo de Jerusalém, Teófilo III, entraram esta manhã, em Gaza, com 500 toneladas de ajuda para a população civil.
O Governo italiano pediu a Israel o fim das ações militares e que "garanta plenamente a segurança dos dois enviados".
Esta igreja costuma ser um ponto de abrigo de muitos deslocados devido ao conflito na Faixa de Gaza, iniciado em outubro de 2023.
A guerra em curso em Gaza foi desencadeada pelos ataques liderados pelo Hamas em 07 de outubro de 2023 no sul de Israel, que causaram cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
A retaliação de Israel já causou mais de 58 mil mortos, a destruição de quase todas as infraestruturas de Gaza e a deslocação forçada de centenas de milhares de pessoas.
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