EUA e outros membros da ONU opõem-se a ataques de Israel na Síria

Vários Estados-membros do Conselho de Segurança da ONU, incluindo os Estados Unidos da América, opuseram-se hoje aos recentes ataques de Israel na Síria, defendendo a necessidade de respeitar a soberania e a integridade territorial do país.

Dorothy Shea

© ANGELA WEISS/AFP via Getty Images

Lusa
17/07/2025 23:42 ‧ ontem por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A embaixadora norte-americana, Dorothy Shea, frisou que os Estados Unidos não apoiaram os recentes ataques israelitas, mas garantiu que Washington está diplomaticamente envolvido com Israel e com a Síria "tanto para enfrentar a crise atual, quanto para alcançar um acordo duradouro entre dois Estados soberanos".

 

Numa reunião de emergência do Conselho de Segurança pedida pela Síria após os ataques aéreos lançados pelas Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) em cidades sírias, vários países expuseram a sua oposição à ofensiva de Telavive, incluindo os Estados Unidos - o maior aliado israelita.

Shea disse ainda que a paz entre vizinhos da região, incluindo Israel e Síria, é uma componente crucial da visão que o Presidente norte-americano, Donald Trump, delineou para a região.

"Estamos profundamente preocupados com os ataques crescentes de Israel em Damasco. Reiteramos o nosso apelo para que Israel se abstenha de ações que possam desestabilizar a Síria e a região em geral. A soberania e a integridade territorial da Síria devem ser respeitadas", defendeu, por sua vez, a diplomata britânica, Barbara Woodward. 

Desde 14 de julho, as IDF realizaram vários ataques aéreos contra forças militares sírias nas províncias de Daraa e Suweida, no sul do país.

Na quarta-feira, pesados ataques aéreos israelitas atingiram a sede do Ministério da Defesa da Síria e registaram-se relatos de um ataque perto do palácio presidencial em Damasco.

Apesar da condenação generalizada desses ataques, incluindo por parte das Nações Unidas, o representante permanente adjunto de Israel na ONU, Brett Jonathan Miller, justificou a ofensiva na Síria como "uma obrigação religiosa e moral".

Miller afirmou ainda que o seu país realizará ataques contra "militantes jihadistas no sul da Síria".

"No Livro de Levítico (o terceiro livro da Torá), Deus ordena: 'Não devemos ficar parados sem fazer nada se houver derramamento de sangue'. Esta não é apenas uma obrigação religiosa, mas também moral", disse Miller na reunião do Conselho de Segurança.

Essa obrigação moral, continuou, está consagrada "como um direito no nosso código legal em Israel", e é por isso que "vamos realizar esses ataques contra militantes jihadistas no sul da Síria".

O diplomata também indicou que Israel não procura envolver-se na política interna da Síria, reiterando que o objetivo de seus ataques é manter a estabilidade ao longo da fronteira.

"Estamos determinados a impedir que a infraestrutura terrorista se estabeleça perto das nossas fronteiras. Onde o terror representa uma ameaça, estamos determinados a preservar a dignidade e a vida dos drusos na Síria", advogou

Israel tem alegado estar a agir em defesa da minoria drusa na Síria.

Face a essas alegações, o Presidente da Turquia acusou hoje Israel de usar os "drusos como pretexto para uma ação ilegal" na Síria.

"Israel, usando os drusos como pretexto, estende há dois dias uma ação ilegal à vizinha Síria", afirmou Recep Tayyip Erdogan, acrescentando que "o principal problema da região é a agressão israelita".

A violência no sul da Síria causou 594 mortos em quatro dias, segundo o balanço atualizado disponibilizado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Leia Também: Médio Oriente. Novo ataque aéreo israelita em Sweida, diz agência síria

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