No seu discurso de passagem da presidência pró tempore de dois anos ao Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, Carlos Vila-Nova afirmou que em cerca de 30 anos, a CPLP tem-se afirmado como "espaço privilegiado de diálogo político, de concertação política e cooperação e de solidariedade".
O Presidente são-tomense observou que a concertação e a solidariedade ocorrem entre povos "unidos por laços históricos e culturais fortemente estabilizados".
Na quinta-feira, os líderes da CPLP presentes em Bissau para participar na XV Conferência de Chefes de Estado e de Governo da organização, assinalaram, no palácio da presidência guineense, o 29º aniversário da comunidade.
"Que a data inspire a todos para o reforço com os compromissos fundadores da CPLP", disse hoje o Presidente cessante da organização que felicita os povos da comunidade "pela trajetória partilhada".
Sobre os dois anos da presidência são-tomense, Carlos Vila Nova disse terem sido um desafio que o seu país cumpriu "com dever, humildade e abnegação" perante desafios, "num mundo marcado por rápidas transformações".
O Presidente de São Tomé e Príncipe apontou para crises multidimensionais, incertezas geopolíticas, situações que, disse, obrigaram a CPLP a manter-se "firme nos seus propósitos, ativa nas suas ações e unida".
"A nossa presidência procurou convergir ainda mais com o reforço da coesão interna, da valorização da mobilidade e da cidadania de promoção da língua portuguesa, de ver o aprofundamento da solidariedade entre nós", afirmou Vila Nova.
O presidente cessante da organização lusófona, disse estar convicto de que, apesar das limitações de São Tomé e Príncipe, a liderança do seu país "imprimiu uma marca clara" numa presidência centrada no tema "juventude e sustentabilidade na CPLP".
"Uma escolha consciente que refletiu a necessidade de preparar o presente com os olhos postos no futuro", sublinhou Carlos Vila Nova.
Em relação à presidência guineense, o dirigente são-tomense disse estar com espírito de confiança e otimismo no trabalho a ser desenvolvido, nos próximos dois anos, por Umaro Sissoco Embaló, sob o lema: "CPLP e a soberania alimentar, o caminho para o desenvolvimento sustentável".
O presidente cessante da organização lusófona afirmou que o tema abre um novo capítulo e convoca a CPLP para um debate central para o presente e o futuro dos povos dos nove países num período, disse, em que a insegurança alimentar ameaça milhões de pessoas e em alguns países da comunidade.
"Falar da soberania alimentar é falar da dignidade de vida, é colocar o direito à alimentação como pilar fundamental da agenda de desenvolvimento", observou Carlos Vila Nova, destacando a importância do tema escolhido pela presidência guineense.
O Presidente são-tomense defende que o tema, além de urgente, oferece oportunidades para cooperação agrícola, valorização da produção local, intercâmbio técnico e fortalecimento de cadeias alimentares.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
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