Novo plano para a "cidade humanitária" coloca palestinianos em tendas

Ministro da Defesa israelita estima que o projeto custe à volta de mil milhões de euros e que demore cerca de dois meses a ser concluído.

Faixa de Gaza, Palestina,

© Ahmad Hasaballah/Getty Images

Notícias ao Minuto com Lusa
16/07/2025 09:53 ‧ há 2 dias por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Israel/Palestina

O ministro da Defesa de Israel já apresentou um novo orçamento ao primeiro-ministro para a chamada “cidade humanitária” destinada aos palestinianos no sul da Faixa de Gaza.

 

A informação é reportada pela Rádio do Exército Israelita que afirma que o novo plano estima que o projeto custe à volta de mil milhões de euros (4 mil milhões de shekels na moeda israelita). Inicialmente, estimava-se que a construção estivesse entre os 10 e os 15 mil milhões de euros - um orçamento que terá deixado Netanyahu furioso e que foi prontamente recusado por ser muito caro. O primeiro-ministro terá pedido, depois dessa primeira reunião com as forças israelitas, um plano “mais pequeno, barato e prático”.

O novo plano vem também alterar o tempo que o projeto deve demorar a ser completo. Inicialmente, estava previsto  mais de um ano; agora o ministro da defesa israelita terá dito que a construção seria completa em apenas dois meses. Na “cidade humanitária” agora proposta, a população palestiniana vai viver em tendas com acesso a eletricidade, comida e água.

A construção da cidade é, segundo o governo israelita, uma matéria urgente e que, por isso, deve ser concluído o mais rapidamente possível. Anunciado no início deste mês, o ministro da defesa alega que o objetivo é criar uma zona segura para proteger o povo palestiniano e, assim, conseguir uma solução rápida para a crise humanitária na Faixa de Gaza.

Numa primeira fase, a "cidade humanitária" deverá acolher cerca de 600 mil pessoas da zona de Al-Mawasi, na zona costeira sul da Faixa de Gaza, e deslocadas de outras partes do enclave, mas o objetivo é transferir toda a população civil palestiniana para as instalações.

A zona seria vigiada por militares israelitas e gerida por organizações internacionais.

Para aceder à área, os palestinianos teriam de passar por um controlo de segurança (para confirmar que não estão afiliados ao Hamas) e, uma vez no interior, só poderiam sair para outros países.

Israel Katz não deixou de salientar que o plano final é que todos os palestinianos emigrem “voluntariamente” para fora do enclave e que o plano “deve ser cumprido”.

O projeto para uma “cidade humanitária” tem sido alvo de inúmeras críticas, nomeadamente do antigo primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, que acusa o governo de querer construir um “campo de concentração” e de levar a cabo uma “limpeza étnica”.

"Quando constroem um campo onde planeiam ‘limpar’ mais de metade de Gaza, então a compreensão inevitável da estratégia disto é que não é para salvar os palestinianos. É para os deportar, para os empurrar e para os deitar fora. Não há outro entendimento que eu tenha, pelo menos," disse Olmert ao The Guardian.

Também do lado da oposição política israelita têm surgido vozes dissonantes que dizem mesmo que é uma “ideia louca”. 

"O que farão os soldados se as crianças quiserem sair da cidade? Quem as alimentará? Quem fornecerá água e eletricidade? O que acontecerá se houver epidemias e doenças? Quem cuidará delas?", indagou o líder da oposição em Israel, Yair Lapid,

A ONU e outras organizações de defesa dos direitos humanos também já acusaram o Governo liderado por Benjamin Netanyahu de planear a construção de "um campo de concentração" em Gaza.

Leia Também: Reino Unido. 71 detidos por manifestações de apoio a grupo pró-Palestina

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