"Só podemos resolver a migração irregular a longo prazo se for no conjunto da UE, e é por isso que também estamos a fazer campanha na Europa para que haja decisões conjuntas", disse Friedrich Merz, numa conferência de imprensa em Berlim.
"O que estamos a fazer atualmente na Alemanha só funcionará durante um tempo limitado, sabemos disso (...), mas temos de o fazer enquanto não houver uma melhor proteção das fronteiras externas da Europa", sublinhou.
Merz referiu ainda que a Alemanha está disposta a comprometer-se com a proteção das fronteiras externas do bloco europeu, o que, segundo defendeu, não pode ser deixado exclusivamente a cargo dos países afetados devido à sua localização geográfica.
"Não deixaremos a proteção das fronteiras exclusivamente nas mãos dos países diretamente afetados. É um problema de todos", assegurou.
Questionado sobre o facto de a Polónia ter reforçado a proteção das fronteiras com a Alemanha e a Lituânia, o chanceler conservador garantiu ver isso com bons olhos, dado que existe migração irregular organizada para a UE a partir da Rússia e da Bielorrússia que tenta entrar sobretudo pela Polónia.
"Sabemos que há migração organizada da Rússia e da Bielorrússia para a Alemanha. É por isso que acolhemos com agrado o controlo das fronteiras por parte da Polónia", reiterou.
O combate à migração irregular é uma das prioridades do Governo de Merz, que garantiu, no entanto, querer que a Alemanha se mantenha aberta à imigração.
"Queremos que a Alemanha continue a ser um país de imigrantes, mas não queremos sobrecarregar as capacidades dos municípios, das cidades e da nossa sociedade em geral. Foi por isso que iniciámos medidas corretivas, em prol de uma política migratória humanitária, mas ordenada", explicou.
Entre as medidas adotadas contra a migração irregular, Merz destacou a limitação do reagrupamento familiar e o acelerar das deportações de pessoas cujos pedidos de asilo sejam rejeitados.
Para discutir estas medidas e outras, a Alemanha promove hoje um encontro no estado da Baviera (sul) com alguns dos países da chamada "linha dura" da política migratória europeia, como França, Polónia, Áustria, Dinamarca e República Checa.
O encontro foi convocado pelo ministro do Interior alemão, Alexander Dobrindt, e conta com a participação dos homólogos de várias capitais europeias e do comissário europeu para as Migrações, Magnus Brunner.
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