UE aponta à China séria ameaça à segurança pelo apoio de empresas à Rússia

A União Europeia (UE) discutiu quarta-feira com a China as preocupações dos Estados-membros com algumas das políticas do gigante asiático, particularmente nas esferas económica e comercial, antes da cimeira UE-China, que se realiza na segunda quinzena deste mês.

Kaja Kallas

© Getty Iamges/Dursun Aydemir/Anadolu

Lusa
03/07/2025 06:35 ‧ há 11 horas por Lusa

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União Europeia

Estas preocupações, em alguns casos, representam uma "grave ameaça" à segurança europeia, noticiou a agência Efe.

 

A alta representante e vice-presidente da UE para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas, destacou "a grave ameaça à segurança europeia representada pelo apoio das empresas chinesas à guerra ilegal da Rússia".

A posição de Kallas foi divulgada num comunicado após se ter reunido em Bruxelas com o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi, no âmbito do 13.º Diálogo Estratégico UE-China, realizado hoje em Bruxelas.

A chefe da diplomacia da UE instou a China a cessar imediatamente todo o apoio material ao complexo militar-industrial russo e a apoiar um cessar-fogo total e incondicional e uma paz justa e duradoura na Ucrânia, com base no pleno respeito pela Carta das Nações Unidas.

Sobre o comércio, Kallas enfatizou a importância de encontrar "soluções concretas para reequilibrar a relação económica, estabelecer condições equitativas e melhorar a reciprocidade no acesso ao mercado".

Exortou ainda a China a pôr fim às suas práticas distorcidas, incluindo restrições à exportação de terras raras, que representam riscos significativos para as empresas europeias e comprometem a fiabilidade das cadeias de abastecimento globais.

Pequim e Bruxelas têm demonstrado uma ligeira aproximação nos últimos meses, sobretudo após a guerra comercial desencadeada Pelo presidente norte-americano, Donald Trump.

O encontro entre Kallas e Wang serviu para lançar as bases para a cimeira UE-China, que se realizará na China dentro de cerca de três semanas.

A reunião foi precedida de reuniões separadas com os presidentes do Conselho Europeu, António Costa, e da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.

O antigo primeiro-ministro português realçou, através da rede social X, que manteve com Wang Yi uma "conversa franca e aberta sobre algumas das preocupações de longa data da UE, incluindo os desequilíbrios económicos e comerciais, e a responsabilidade da China em contribuir para uma paz justa e duradoura na Ucrânia".

"A UE e a China precisam de trabalhar em conjunto para reforçar a ordem internacional baseada em regras e o sistema multilateral, e para enfrentarmos em conjunto os desafios globais, como as alterações climáticas", insistiu António Costa.

Já Von der Leyen sublinhou que a cimeira proporcionará uma oportunidade para abordar questões globais, desde o clima ao comércio e ao desenvolvimento global, e para sublinhar "a responsabilidade fundamental da China em alcançar uma paz justa e duradoura na Ucrânia".

A chefe da diplomacia da UE e o seu homólogo chinês também discutiram hoje questões globais, especificamente o Médio Oriente, e saudaram o alívio das tensões entre Israel e o Irão, ainda de acordo com Kallas.

A política estónia enfatizou a necessidade urgente de um cessar-fogo imediato em Gaza, a libertação dos reféns e o acesso humanitário pleno e irrestrito aos necessitados.

Em relação a Taiwan, a alta representante manifestou a oposição da UE a qualquer tentativa unilateral de alterar o status quo, mesmo através da força ou da coação.

Por fim, Kallas manifestou a sua preocupação com os direitos humanos na China, bem como com as ameaças híbridas na Europa provenientes da China.

Leia Também: UE doa cinco milhões para reforço e segurança alimentar no Uganda

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