Pelo menos cinco pessoas morreram entre o sábado passado, 30 de junho, e esta quinta-feira, 3 de julho, em Espanha, devido à onda de calor que o país atravessa. Os casos mais recentes são de um homem, de 52 anos, e uma mulher, de 53.
Segundo o jornal espanhol El País, que cita fontes do Ministério da Saúde espanhol, o homem e a mulher, oriundos das províncias de Castellón e Alicante, respetivamente, morreram de insolação.
Em ambos os casos, explica a publicação, foram verificados os critérios estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para determinar a causa da morte como insolação causada por sobreaquecimento do corpo.
O homem, que tinha comorbidades, foi assistido em casa por uma equipa dos serviços de emergências após sentir-se mal quando regressou do trabalho. Ainda foi transportado para o Hospital da Plana, em Vila-Real, mas acabou por morrer na terça-feira.
Já a mulher sentiu-se mal durante uma caminhada na cidade de Callosa d'en Sarrià e foi também assistida pelos serviços de emergência antes de ser transportada para o Hospital Marina Baixa, mas morreu esta quinta-feira.
No sábado, Montse Aguilar, uma funcionária de limpeza da Câmara de Municipal de Barcelona, de 51 anos, morreu após sentir-se mal quando chegou a casa do trabalho e é considerada a primeira vítima moral da onda de calor que afeta Espanha.
Na terça-feira, segundo o El País, um homem de 75 anos, também com doenças pré-existentes, morreu enquanto fazia atividades ao ar livre, em Córdoba. No dia seguinte, quarta-feira, um homem de 67 anos morreu em contexto semelhante.
Espanha tem enfrentado uma onda de calor à semelhança de vários países europeus, incluindo Portugal. Por cá, a Direção-Geral da Saúde (DGS) adiantou que Portugal continental registou 69 óbitos em excesso durante o período de alerta de calor, iniciado em 28 de junho, maioritariamente entre pessoas com 85 ou mais anos.
"Durante o período de alerta de tempo quente que teve início a 28 de junho de 2025 foi detetado um excesso de mortalidade, observando-se 69 óbitos em excesso em Portugal Continental", indicou a DGS à Lusa.
De acordo com o índice Ícaro (que estima o impacto das temperaturas do ar na mortalidade) de 2 de julho de 2025, a autoridade de saúde alerta ser "previsível que se mantenha um impacto significativo do calor sobre a mortalidade nos próximos três dias, podendo motivar uma revisão em alta do excesso de mortalidade".
O que fazer durante uma onda de calor?
No sábado passado, a DGS aconselhou a população a adotar “medidas de proteção em caso de temperaturas elevadas” com o “objetivo de prevenir complicações potenciadas pela exposição ao calor”.
Eis as recomendações:
- Procurar ambientes frescos e arejados;
- Beber água ou sumos naturais com regularidade e mesmo que não tenha sede;
- Evitar o consumo de bebidas quentes, alcoólicas, gaseificadas, com cafeína e ricas em açúcar;
- Evitar a exposição direta ao sol nas horas de maior calor, nomeadamente entre as 11 e as 17 horas;
- Aplicar protetor solar com fator 30 ou superior de 2 em 2 horas;
- Usar roupas leves, soltas e de cor clara e preferencialmente de algodão e utilizar chapéu e óculos de sol;
- Evitar atividades que exijam grandes esforços físicos, como desporto ou atividades de lazer no exterior;
- Não permanecer dentro de viaturas estacionadas e expostas ao sol;
- Fazer refeições leves e comer mais vezes ao dia;
- Ter uma atenção especial face aos grupos de pessoas mais vulneráveis ao calor.
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