China acusa presidente de Taiwan de ser belicista e um "sabotador da paz"

O Governo chinês acusou hoje o Presidente de Taiwan, William Lai, de ser belicista e um "sabotador da paz", depois de ter pedido apoio público para reforçar as capacidades de Defesa de Taiwan.

Chen Binhua

© Reuters

Lusa
02/07/2025 14:08 ‧ há 11 horas por Lusa

Mundo

Chen Binhua

"A pretensão de Lai de lutar por Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu é, na realidade, uma luta pelos interesses egoístas do Partido Democrático Progressista (DPP) no poder e pela sua obsessão com a independência de Taiwan", afirmou Chen Binhua, porta-voz do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado (executivo chinês), citado pela agência noticiosa Xinhua.

 

O porta-voz sublinhou que o líder taiwanês exagerou deliberadamente a "ameaça militar do continente" para encobrir a sua "verdadeira agenda separatista" e sublinhou que a "independência de Taiwan" representa o "maior desastre" para o território autónomo.

Chen insistiu ainda que ambos os lados do Estreito de Taiwan "pertencem a uma só China" e que Taiwan, Penghu, Kinmen e Matsu são uma parte "sagrada" do território chinês, sublinhando que, desde que não se pretenda a independência, ambas as partes podem "partilhar a paz" e "procurar conjuntamente o desenvolvimento".

As observações foram feitas um dia depois de Lai ter afirmado que a "ameaça militar da China continua a crescer" e que o objetivo de Pequim é "dominar o Pacífico Ocidental e alterar a ordem internacional baseada em regras".

"Se a China conseguir anexar Taiwan, não ficará por aí: isso dar-lhe-á mais poder para prosseguir uma expansão regional ainda mais agressiva", afirmou durante um discurso sobre segurança nacional, em que também apelou a um aumento dos recursos de defesa.

"Taiwan nunca iniciará uma guerra, mas defenderá a sua soberania, a paz regional e o status quo", acrescentou.

A reação de Pequim às declarações de Lai foi igualmente militar: o Ministério da Defesa Nacional (MND) de Taiwan detetou um total de 78 aviões de guerra chineses nas imediações da ilha entre as 06:00 de terça-feira (22:00 de segunda-feira em Lisboa) e as 12:20 de quarta-feira.

As autoridades de Pequim consideram Taiwan uma "parte inalienável" do território chinês e não excluíram o recurso à força para conseguir a "reunificação" da ilha e do continente, um dos objetivos a longo prazo fixados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, após a sua chegada ao poder em 2012.

Taiwan anunciou na segunda-feira que vai simular uma guerra total com a China em manobras militares e de defesa civil, que começarão na próxima semana e decorrerão num contexto de fortes tensões entre Taipé e Pequim, informaram hoje autoridades da ilha.

Os exercícios anuais Han Kuang, que começarão no próximo dia 09 de julho, terão a duração de dez dias e nove noites e contarão com a participação de cerca de 22.000 reservistas, o que constitui uma duração e um destacamento sem precedentes para este tipo de manobras.

O Governo de Taiwan, liderado pelo partido soberanista PDP desde 2016, argumenta que a ilha já é um país independente de facto e que o seu futuro só pode ser decidido pelos seus 23 milhões de habitantes.

Taiwan é uma ilha governada de forma autónoma desde 1949, mas as tensões com a China têm aumentado nos últimos anos, com Pequim a realizar constantes exercícios militares, violando por diversas vezes o espaço aéreo de Taiwan e enviando regularmente a sua frota naval para as águas próximas da ilha.

Leia Também: Discurso de líder de Taiwan foi "declaração descarada de independência"

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