O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, pediu hoje uma investigação rápida ao ataque perpetrado no domingo à noite por dezenas de colonos contra uma base militar na Cisjordânia, após um jovem israelita ter sido alegadamente ferido por soldados.
"Nenhum país civilizado pode tolerar atos violentos e anárquicos como o incêndio de instalações militares, danos à propriedade das Forças de Defesa de Israel e ataques ao pessoal de segurança por parte de cidadãos do país", disse Netanyahu num comunicado.
"Qualquer pessoa que cometa tais atos mina o Estado de Direito e prejudica o país. Apelo às autoridades policiais para que investiguem rapidamente os fatos e levem os responsáveis à justiça", acrescentou.
Netanyahu também dirigiu elogios aos colonos, que vivem em assentamentos considerados ilegais pelo Direito Internacional na Cisjordânia ocupada, com financiamento e apoio do Estado judaico.
O primeiro-ministro disse que a "comunidade de colonos é um exemplo a seguir para o desenvolvimento do país", salientando ainda a presença significativa de representantes no Exército e na "formação académica".
"Não permitiremos que um punhado de violentos manchem toda uma comunidade", acrescentou Netanyahu, referindo-se a um grupo de colonos que, frequentemente e desde 07 de outubro de 2023 com mais violência, ataca as comunidades palestinianas na Cisjordânia.
De acordo com um comunicado das forças armadas, no domingo à noite colonos atacaram soldados, lançaram gás pimenta e destruíram veículos militares, além de incendiarem uma espécie de centro tecnológico de segurança.
O ataque ocorreu depois de, na noite de sexta-feira, um israelita de 14 anos, presumivelmente colono, ter sido ferido por tiros do Exército israelita, perto da aldeia palestiniana de Kafr Malik, na província de Ramallah.
Na quarta-feira passada, militares israelitas mataram três palestinianos durante um primeiro ataque perpetrado por colonos, neste local.
Os soldados afirmam que naquela noite também foram atacados pelos colonos, que atiraram pedras e os agrediram física e verbalmente, incluindo o comandante do batalhão.
No entanto, o Exército nega ter disparado e afirma que houve um segundo incidente perto do assentamento de Kochav HaShachar, no qual um militar "disparou três tiros de advertência".
Os militares ainda estão a verificar se uma das balas atingiu o adolescente, que foi levado para o hospital em estado estável, segundo a Honenu, uma organização pró-colonos que presta assistência jurídica.
Leia Também: Netanyahu reafirma que conflito abriu "amplas possibilidades regionais"