Sudão: ONU distribui sementes a cerca de 7,5 milhões de pessoas

"A FAO está a fornecer sementes de sorgo, milho, grão-de-bico e feijão-guandu, urgentemente necessárias para ajudar as famílias a plantar [alimentos] para a época de cultivo deste ano", contextualizou a agência num comunicado.

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© AFP via Getty Images

Lusa
30/06/2025 15:42 ‧ há 4 horas por Lusa

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A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) anunciou hoje o lançamento de uma campanha de distribuição de sementes a aproximadamente 7,5 milhões de pessoas em 17 dos 18 estados do Sudão.

 

"A FAO está a fornecer sementes de sorgo, milho, grão-de-bico e feijão-guandu, urgentemente necessárias para ajudar as famílias a plantar [alimentos] para a época de cultivo deste ano", contextualizou a agência num comunicado.

A campanha de distribuição de sementes destina-se a 1,5 milhões de famílias de agricultores (aproximadamente 7,5 milhões de pessoas) em 17 dos 18 estados do Sudão e começou no Darfur Ocidental, onde mais de 750.000 pessoas (mais de metade da população regional) enfrentam uma situação de fome crítica ou pior devido ao conflito presente no país desde 15 de abril de 2023 e à insegurança alimentar.

"Plantar sementes significa cultivar esperança para a alimentação. Esta não é apenas uma crise de fome, é uma corrida contra o tempo para salvar vidas", disse o diretor-geral desta agência da ONU, QU Dongyu. 

Segundo a FAO, a crise humanitária no Sudão atingiu níveis catastróficos.

De acordo com a mais recente análise da Classificação Integrada da Segurança Alimentar (IPC) divulgada em dezembro de 2024, metade da população --- 24,6 milhões de pessoas --- enfrentava níveis elevados de insegurança alimentar aguda (IPC Fase 3 ou superior).

A fome (IPC Fase 5) foi declarada em cinco áreas pelo Comité de Revisão da Fome da IPC, afetando 637.000 pessoas, com projeções a indicarem que poderá alastrar-se a mais cinco.

Por sua vez, a fome é impulsionada pelo conflito - que opõe o exército regular aos paramilitares das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) - por choques económicos contínuos e riscos naturais.

"Estas crises são ainda agravadas por restrições crescentes de acesso e défices significativos de financiamento", lamentou a FAO.

Desde junho deste ano, a FAO e os seus parceiros distribuíram quase 1.000 toneladas métricas de sementes de sorgo, milho e quiabo nos estados do Darfur Central, Ocidental, Oriental e Meridional.

Além disso, a FAO está a adquirir mais de 3.000 toneladas métricas de sementes de culturas para apoiar quase 330.000 famílias, beneficiando mais de 1,6 milhões de pessoas.

A agência da ONU também está a intensificar a sua resposta veterinária, com planos para vacinar oito milhões de animais pertencentes a três milhões de pessoas em todo o Sudão --- uma tábua de salvação vital para as comunidades rurais, onde o gado é fundamental para a alimentação e o rendimento, salientou.

Apesar da urgência, a resposta continua com um financiamento extremamente insuficiente, lamentou.

"A FAO necessita de mais de 156,7 milhões de dólares [cerca de 134 milhões de euros] para chegar a mais de 14 milhões de pessoas com apoio vital em 2025. Até à data, apenas foram garantidos 4,1 milhões de dólares [cerca de 3,5 milhões de euros]", indicou.

Segundo a nota de imprensa, esta ação foi apoiada pelo Fundo Central de Resposta a Emergências (CERF) das Nações Unidas, pela Suíça, pelo Fundo do Qatar para o Desenvolvimento através da Educação Acima de Tudo e pela União Europeia.

Leia Também: Pelo menos 19 mortos em confrontos intercomunitários no Sudão do Sul

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