Uma mulher de 29 anos e dois homens, de 36 e 24 anos, foram detidos na quinta-feira em Londres e em Newbury, Berkshire, por suspeita de cometerem, prepararem e instigarem atos terroristas, enquanto outra mulher de 41 anos foi detida por alegada assistência a um criminoso, mas não por atividades na base militar.
Os suspeitos, cujas identidades não foram divulgadas, estão detidos numa esquadra da polícia enquanto prossegue a investigação.
As três detenções por terrorismo estão relacionadas com o incidente registado na sexta-feira na base da Força Aérea Real britânica (RAF) de Brize Norton, nos arredores de Londres, onde dois aviões militares Voyager foram danificados.
A intervenção foi reivindicada pelo grupo Palestine Action em protesto pelo fornecimento de armas a Israel pelo Reino Unido.
Poucas horas depois de os militantes terem invadido a base militar, o primeiro-ministro Keir Starmer denunciou um "ato ultrajante de vandalismo".
Na sequência do incidente, o governo anunciou que vai apresentar na segunda-feira, para aprovação dos deputados, um texto que ilegalizará a organização ao abrigo da Lei do Terrorismo de 2000.
A ministra do Interior, Yvette Cooper, acusou o grupo de ter endurecido as suas ações "desde o início de 2024", com métodos mais "agressivos" e uma "vontade de recorrer à violência".
"Esta detenção confirma que (as autoridades britânicas) consideram que atirar tinta vermelha contra aviões militares é um ato terrorista", denunciou o grupo em comunicado, manifestando preocupação com o que considera ser uma utilização sem precedentes das leis antiterrorismo.
Se a proscrição do grupo for aprovada, qualquer pessoa que pertença ou apoie o grupo será passível de um processo penal e de uma pena de prisão de até 14 anos.
Tal como a Amnistia Internacional e a Greenpeace, a Palestine Action denunciou a medida do Governo como um ataque à liberdade de expressão e prometeu contestar a decisão em tribunal.
Leia Também: Injeções usadas para perda de peso podem estar ligadas a efeito fatal