A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, explicou, nas redes sociais, que Áustria, Bélgica, Chipre, Alemanha, Grécia, Letónia, Malta, Polónia, República Checa, Suécia, Hungria e a Comissão Europeia participaram no pequeno-almoço de trabalho organizado por Itália, Dinamarca e Países Baixos.
Na reunião, a primeira-ministra italiana manifestou "satisfação com os resultados alcançados até à data" e indicou "algumas novas linhas de trabalho".
Meloni defendeu, nomeadamente, que seja desenvolvida a questão exposta numa carta aberta publicada em maio passado - por iniciativa da Itália e da Dinamarca -- na qual se pediam alterações à Convenção Europeia dos Direitos Humanos para que cada Estado possa ter mais margem de manobra para expulsar imigrantes que tenham cometido crimes.
"Em conjunto com os outros líderes, concordámos em continuar a manter uma coordenação estreita, tendo também em vista as próximas cimeiras europeias", acrescentou Meloni.
Embora a migração não esteja na agenda da reunião europeia -- que hoje se realiza para discutir o apoio à Ucrânia face à invasão russa e pedir uma solução diplomática para o Médio Oriente, após uma cimeira da NATO centrada no reforço militar -, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, enviou esta semana uma carta aos líderes europeus, como faz em todas as cimeiras, descrevendo as medidas tomadas a nível europeu nesta área e as áreas em que é necessário mais trabalho.
Esta manhã, vários líderes europeus pronunciaram-se sobre a questão das migrações ao chegar à cimeira.
O primeiro-ministro holandês, Dick Schoof, anunciou que ia abordar, no pequeno-almoço, medidas para facilitar o retorno dos migrantes, bem como a proteção temporária dos ucranianos na UE, que será prolongada até março de 2027.
Por seu lado, o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, disse que vai transmitir aos homólogos "os problemas que está atualmente a enfrentar com a Líbia e enviar um sinal claro às autoridades líbias de que devem cooperar com os países europeus e a Comissão Europeia para impedir a saída de barcos operados por traficantes" de migrantes.
Já o primeiro-ministro belga, Bart De Wever, referiu-se ao "clube de países" que acreditam que a política migratória na Europa "devia ser muito mais rigorosa" e celebrou a participação, pela primeira vez, da Alemanha na reunião sobre migração.
O líder belga explicou que este grupo de países pretende "exercer pressão" e apresentar "propostas para fazer muito mais" por uma política migratória "mais rigorosa".
O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, instigou os homólogos a optarem "pela rebelião", como faz Budapeste, face a uma política migratória europeia que não funciona.
"A posição da Hungria é de rebelião. Já falámos [na UE] mil vezes sobre como alterar a legislação migratória e torná-la mais eficaz e nada acontece, [os migrantes] continuam a chegar", disse Orbán.
Um esboço de conclusões do encontro incentiva à intensificação do trabalho em questões como acordos com países terceiros, implementação das regulamentações já adotadas, prevenção e combate à migração irregular.
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