Oposição moçambicana quer "união urgente" para autonomia efetiva

Os partidos da oposição de Moçambique apontaram hoje para "graves" problemas sociais enfrentados ao longo dos 50 anos de independência nacional, apelando para "união urgente" como forma de garantir uma autonomia nacional total e efetiva.

PR moçambicano e principais partidos assinam hoje acordo para travar crise pós-eleitoral

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Lusa
25/06/2025 14:09 ‧ há 4 horas por Lusa

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Moçambique

"Em 50 anos de independência, os moçambicanos enfrentam ainda graves problemas de respeito, pelas políticas públicas, dos seus direitos económicos, sociais e culturais, significando que a Igualdade pela qual lutámos e derramámos sangue e conquistámos a independência, não se vive em grande medida ainda no país", disse Albino Forquilha, presidente do principal partido da oposição no parlamento de Moçambique (Podemos), em Maputo.

 

Falando em representação dos partidos da oposição do país, durante a cerimónia de celebração dos 50 anos de independência, Forquilha afirmou que, atualmente, os moçambicanos lutam pela "liberdade, igualdade, fraternidade e a dignidade".

"Em 50 anos de independência, Moçambique ainda se debate com sérios problemas de liberdade de pensamento, de escolha livre, transparente e justa, significando que a liberdade para a qual lutámos e conquistámos a independência, ainda está sendo posta em causa em grande medida (...). Os ganhos que advieram da independência (...), ainda que significativos, poderiam ter sido melhores, inclusivos e efetivos", considerou.

Apontou também para o desrespeito pelo desenvolvimento humano e a paz e considerou que o país está "longe do alcance da fraternidade" para a qual lutou.

Para Albino Forquilha, a união de todos os atores da sociedade é essencial para resolver os problemas enfrentados pelo país, ao longo dos 50 anos de independência. 

"A qualidade retrospetiva, mas também introspetiva deste discurso, visa efetivamente chamar a nossa atenção, para a necessidade urgente de erguermos a cabeça, unirmo-nos como fizemos em 1964, para novamente lutarmos para a nossa efetiva independência, total e completa, rumo à essência governativa da liberdade, igualdade, fraternidade e dignidade nos próximos 50 anos", concluiu.

Moçambique celebra hoje os 50 anos de independência, com a cerimónia principal, em Maputo, dirigida pelo Presidente da República, Daniel Chapo, e com a presença de vários chefes de Estado, incluindo o de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, da Tanzânia, Samia Suhulu, como convidada de honra, da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e do Zimbabué, Emmerson Mnangagwa.

As cerimónias centrais decorrem no histórico Estádio da Machava, na capital moçambicana, local onde o primeiro Presidente do país, Samora Machel, proclamou a independência às primeiras horas de 25 de junho de 1975, após uma luta contra o regime colonial português que começou em 25 de setembro de 1964.

Além do discurso oficial do Presidente da República, a cerimónia inclui desfiles militares, momentos culturais, uma mensagem dos representantes dos cidadãos que completam 50 anos de idade (mesmo período da independência).

Eram esperadas pelo menos 40.000 pessoas no estádio da Machava, que tem capacidade oficial para 45.000 pessoas, num evento marcado também pela chegada da chama da unidade, depois de percorrer todo o país, desde 07 de abril.

O Podemos, registado em maio de 2019 e que é composto por dissidentes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), viu a sua popularidade disparar desde o anúncio, a 21 de agosto de 2024, do apoio à candidatura de Venâncio Mondlane nas presidenciais, à luz de um "acordo político", que terminou, em fevereiro, fim da relação, após acusações de que o partido adulterou o acordo político que existia entre as duas partes.

Nas eleições de 09 de outubro, o Podemos, que nunca teve um deputado no parlamento desde a sua criação, tornou-se o maior partido da oposição em Moçambique, tirando um estatuto que era da Renamo desde as primeiras eleições multipartidárias, em 1994.

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