Programa nuclear iraniano? UE rejeita na ONU ação militar

A União Europeia (UE) lembrou hoje na ONU que em quatro meses o Conselho de Segurança já não estará encarregado da questão nuclear iraniana, sublinhando a urgência de se chegar a uma solução diplomática, ao invés de ação militar.

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Lusa
24/06/2025 21:45 ‧ há 5 horas por Lusa

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Na reunião semestral do Conselho de Segurança da ONU sobre a implementação da Resolução 2231, que apoiou o Plano Global de Ação Conjunta (JCPOA, na sigla em inglês) sobre o programa nuclear iraniano, o chefe da delegação da UE nas Nações Unidas alertou que a escalada do conflito entre Irão, Israel e Estados Unidos.

 

"Daqui a quatro meses, o Conselho de Segurança não se ocupará mais da questão nuclear iraniana (...). Uma solução duradoura para a questão nuclear iraniana só pode ser através de um acordo negociado, não de ação militar", defendeu o embaixador Stavros Lambrinidis.

"Um acordo nuclear em pleno funcionamento conduzirá à estabilização de toda a região", frisou.

A reunião de hoje é a última sobre a Resolução 2231, que expira em 18 de outubro e que apoia os esforços diplomáticos para chegar a uma solução abrangente, de longo prazo e adequada para a questão nuclear iraniana.

A reunião ocorre num momento crítico dos esforços da comunidade internacional para abordar a questão nuclear iraniana, especialmente após o início de uma guerra entre Israel e o Irão, que teve início em meados de junho por bombardeamentos israelitas contra território iraniano, levando à retaliação de Teerão, e à qual se juntou posteriormente os Estados Unidos.

Lambrinidis salientou que existe um risco crescente de que este conflito possa rapidamente sair do controlo - com "consequências catastróficas para os civis, a região e o mundo".

Além disso, o representante da UE reforçou que a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) "é e deve permanecer a única organização internacional imparcial e independente a monitorizar e verificar a implementação dos compromissos de não-proliferação nuclear do Irão".

Na reunião esteve também presente a subsecretária-geral da ONU para Assuntos Políticos e de Consolidação da Paz, Rosemary DiCarlo, que defendeu que o cessar-fogo anunciado na segunda-feira pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, é uma oportunidade para evitar uma escalada catastrófica e alcançar uma resolução pacífica para a questão nuclear do Irão.

"Esta é uma conquista significativa que tem o potencial de tirar o Irão, Israel e a região do abismo. O povo do Irão e de Israel já sofreu demais", disse.

"A diplomacia, o diálogo e a verificação continuam a ser a melhor opção para garantir a natureza exclusivamente pacífica do programa nuclear do Irão e trazer benefícios económicos concretos para o povo iraniano", acrescentou a representante da ONU.

Na mesma reunião, a representante interina dos Estados Unidos na ONU, Dorothy Shea, saiu em defesa dos ataques ordenados por Donald Trump na noite de sábado contra instalações nucleares iranianas, advogando que foi uma operação de precisão que cumpriu efetivamente o seu objetivo restrito de degradar a capacidade do Irão de produzir uma arma nuclear.

"Esses ataques -- em conformidade com o direito inerente à autodefesa coletiva, consistente com a Carta da ONU -- visavam mitigar a ameaça representada pelo Irão a Israel, à região e, de forma mais ampla, à paz e à segurança internacionais", argumentou.

"Após essa operação histórica, o Presidente Trump coordenou imediatamente um cessar-fogo entre Israel e o Irão", acrescentou, garantindo que Washington não ignorará o descumprimento do Irão de salvaguardas nucleares obrigatórias e a ameaça contínua à estabilidade regional.

Face a este momento crítico, Shea instou o Irão "a aproveitar esta oportunidade de paz e prosperidade e a cumprir as suas obrigações internacionais".

O Reino Unido instou o Teerão a aceitar um acordo que estabeleça a confiança internacional a longo prazo de que o programa nuclear do Iraniano é exclusivamente para fins pacíficos

Já o embaixador francês na ONU disse que Paris e os aliados europeus estão prontos para reativar as sanções contra Teerão se um acordo sobre o programa nuclear iraniano não for alcançado em breve.

Em 2015, o Irão chegou a um acordo com a França, Alemanha, Reino Unido, China, Rússia e os Estados Unidos para regulamentar o seu programa nuclear. O acordo incluía, em troca, o alívio das sanções internacionais contra Teerão.

[Notícia atualizada às 23h01]

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