Tribunal francês pronuncia decisão sobre Georges Abdallah em julho

O Tribunal de Recurso de Paris, que reexaminou hoje um pedido de libertação do militante pró-palestiniano Georges Abdallah condenado por cumplicidade nos assassinatos de diplomatas israelita e americano em 1982, pronunciar-se-á a 17 de julho.

Georges Abdallah

© MATTHIEU RONDEL/AFP via Getty Images

Lusa
19/06/2025 16:47 ‧ há 4 horas por Lusa

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França

"Eu disse aos juízes: ou o libertam ou o condenam à morte", declarou o seu advogado, Jean-Louis Chalanset, à imprensa, à saída da audiência, que não foi pública.

 

Condenado em 1987 à prisão perpétua por cumplicidade nos assassinatos de diplomatas norte-americanos e israelitas em 1982, Georges Ibrahim Abdallah, hoje com 74 anos, está elegível para a liberdade há 25 anos, mas viu os seus dez pedidos de libertação serem rejeitados.

O libanês, preso desde outubro de 1984, considerado o detido mais antigo das prisões francesas, terá a decisão proferida às 09:00 horas (08:00 de Lisboa) do dia 17 de julho, também numa audiência não pública, informou uma fonte judicial.

Em fevereiro, o tribunal adiou à última hora a sua decisão, explicando que, antes de qualquer libertação, era necessário que Abdallah fizesse "previamente" um "esforço significativo" para indemnizar as partes civis, o que ele sempre se recusou a fazer.

Sem reconhecer o seu envolvimento nos assassinatos, Georges Abdallah sempre os qualificou como "atos de resistência" contra "a opressão israelita e americana" no contexto da guerra civil libanesa e da invasão israelita ao sul do Líbano em 1978.

Na audiência, o seu advogado apresentou ao tribunal documentos que indicavam que a conta de Georges Abdallah possui uma quantia "de cerca de 16.000 euros", "à disposição das partes civis, caso estas solicitem o pagamento", não especificando a origem do dinheiro nem a posição do seu cliente.

Segundo Jean-Louis Chalanset, a Procuradoria francesa, assim como o advogado dos Estados Unidos, que se opuseram vigorosamente a todos os seus pedidos de libertação, consideraram que não havia "nenhum esforço", uma vez que "não é o seu dinheiro" e que não havia "arrependimento".

"Lembrei-me que o conceito de arrependimento não existe no direito francês", afirmou o advogado, que falou com o seu cliente ao telefone a partir do tribunal para lhe contar sobre a audiência.

No acórdão de fevereiro, além da questão do dinheiro, o tribunal mostrou-se favorável à sua libertação com partida imediata para o Líbano, pronto a acolhê-lo.

"Detido idoso", Georges Abdallah já não representa um "risco grave" de reincidência, nem de "perturbação da ordem pública" em caso de libertação, considerou o tribunal.

De acordo com uma fonte próxima do caso, o Ministério do Interior contactou nos últimos dias a Embaixada do Líbano em Paris para garantir que, em caso de aprovação, as autoridades locais providenciariam um passe e arcariam com as despesas da passagem aérea Paris-Beirute.

Antes disso, a sua transferência da prisão de Lannemezan (Altos Pirenéus) para a capital francesa será assegurada pelas autoridades francesas.

Georges Abdallah, que caiu no esquecimento ao longo dos anos após mais de 40 anos de prisão, embora fosse, no momento da sua condenação, um dos prisioneiros mais famosos de França, é um "símbolo passado da luta palestiniana", considerou o tribunal no seu acórdão de fevereiro.

Além disso, o tribunal salientou que o pequeno grupo de cristãos libaneses laicos, marxistas e pró-palestinianos chamado FARL (Fração Armada Revolucionária Libanesa), há muito dissolvido, "não cometeu nenhuma ação violenta desde 1984".

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