Ao chegarem ao salão, ao início desta manhã, os funcionários destas empresas israelitas de aeronáutica e defesa descobriram que os espaços estavam cobertos com painéis, obstruindo a visão dos equipamentos em exposição.
A decisão foi tomada depois de o Governo francês ter proibido as empresas israelitas presentes no evento de exibir armas ofensivas.
O Ministério da Defesa de Israel já condenou esta decisão e exigiu que as autoridades francesas reabram este espaço de exposição.
"Os franceses estão a esconder-se atrás de alegadas considerações políticas para excluir as armas ofensivas israelitas de uma exposição internacional --- armas que competem com as indústrias francesas", disse o Ministério israelita, classificando a ação como "feia e imprópria".
Shlomo Tof, chefe da divisão de defesa aérea da empresa Rafael, uma das empresas cujo pavilhão foi encerrado, explicou que, quando perguntaram aos organizadores porque tinham coberto os pavilhões, a resposta foi que o fizeram sob "instruções dadas pelo Governo francês".
Tof queixou-se de que estão a ser impedidos de fazer o seu trabalho porque não podem mostrar o equipamento a potenciais clientes interessados e queixou-se, ironicamente, que este é "um bom exemplo de democracia por parte dos franceses".
Um tribunal francês já tinha determinado, na passada semana, que qualquer constrangimento à presença de empresas israelitas no Salão Internacional caberia sempre ao Governo francês e não à organização do evento.
Em maio passado, as autoridades francesas já tinham decidido cancelar a participação de empresas israelitas numa feira de armamento perto de Paris, embora, nessa altura, os tribunais franceses tenham anulado a decisão.
A França tem vindo a endurecer a postura em relação a Israel, por causa da situação em Gaza, e o Presidente, Emmanuel Macron, já anunciou que pretende reconhecer um Estado palestiniano numa conferência, inicialmente agendada para esta semana em Nova Iorque, sob os auspícios da ONU, mas que foi adiada devido à ofensiva israelita contra o Irão.
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