Kosovo aceita acolher cidadãos de países terceiros expulsos dos EUA

O Kosovo aceitou acolher até 50 cidadãos de países terceiros expulsos dos Estados Unidos, anunciou hoje o primeiro-ministro cessante, Albin Kurti, invocando os laços históricos entre os dois países.

 Albin Kurti

© Erkin Keci/Anadolu Agency via Getty Images

Lusa
11/06/2025 17:29 ‧ há 3 semanas por Lusa

Mundo

Kosovo

Este acordo, adotado numa sessão do governo cessante, tem a duração de um ano e abrange 50 pessoas "com o objetivo de facilitar o seu regresso em segurança aos países de origem", precisou Kurti numa mensagem publicada no Facebook.

 

"A seleção dessas pessoas será feita a partir de uma lista proposta" pelos Estados Unidos e "durante a sua estadia no Kosovo, esses indivíduos agirão de acordo com a legislação em vigor e beneficiarão dos direitos determinados" pela lei kosovar, segundo Kurti, nacionalista de esquerda.

A decisão do executivo kosovar, adiantou, surge "em resposta a um pedido" de Washington.

Este anúncio surge num momento em que se intensificam os protestos na Califórnia contra a política migratória repressiva do Presidente norte-americano, Donald Trump.

O Kosovo, um dos países mais pobres da Europa, independente desde 2008, expressa assim o seu reconhecimento aos Estados Unidos "pelo seu apoio e cooperação".

Esta ajuda é vista como uma forma de mostrar a "eterna gratidão" do Kosovo aos Estados Unidos, que sempre defenderam a independência desta antiga província sérvia.

Os kosovares descrevem-se voluntariamente como o povo mais pró-americano do mundo, e as bandeiras americanas estão por toda a parte na capital, Pristina. Uma das maiores avenidas da cidade homenageia o ex-presidente George W. Bush. Bill Clinton também tem uma avenida e uma estátua.

A popularidade dos Estados Unidos é acompanhada por uma influência económica e política considerável, e alguns kosovares brincam com o facto de o território ter dois governos: um eleito pelos cidadãos e outro sediado na embaixada dos Estados Unidos, cuja menor palavra é analisada minuciosamente.

Este anúncio surge também alguns meses após a ratificação de um acordo entre o Kosovo e a Dinamarca para o acolhimento de prisioneiros estrangeiros condenados na Dinamarca, que poderão cumprir a sua pena numa prisão kosovar.

Os Balcãs são cada vez mais vistos como uma solução potencial para os países ocidentais que procuram enviar para o estrangeiro pessoas cujo pedido de asilo foi rejeitado e que enfrentam a obrigação de deixar o território.

Em meados de março, a União Europeia abriu caminho para a criação de centros para migrantes fora das suas fronteiras, e os Balcãs parecem ser um dos destinos possíveis.

A Albânia já acolhe centros de regresso para migrantes que chegam da Itália.

"Em vez de tratar os Balcãs como um armazém para migrantes, a União Europeia e o Reino Unido poderiam desempenhar um papel importante no apoio ao desenvolvimento de sistemas de asilo funcionais", reagiu recentemente a Human Rights Watch.

A comunidade internacional deveria ajudar esses países a melhorar o que já existe para proteger os requerentes de asilo e os migrantes, segundo a organização de defesa dos direitos humanos.

Leia Também: Parlamento do Kosovo falha pela 30.ª vez eleição de um presidente

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas