O ministério não faz distinção entre civis e combatentes, mas afirmou que as mulheres e as crianças representam mais de metade dos mortos.
Segundo o ministério, desde o início da guerra, foram mortas 55.104 pessoas e 127.394 ficaram feridas. Estima-se que muitas mais estejam soterradas sob os escombros ou em zonas inacessíveis.
O Ministério da Saúde faz parte do governo do movimento islamita palestiniano Hamas, mas é composto por profissionais médicos que mantêm e publicam registos pormenorizados. O número de mortos em conflitos anteriores coincide em grande medida com o de peritos independentes, embora Israel tenha questionado estes números.
A guerra eclodiu em Gaza após um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano Hamas em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns.
Em retaliação, Israel lançou uma ofensiva militar contra o enclave palestiniano com mais de dois milhões de habitantes, que já provocou mais 55 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
As forças israelitas destruíram vastas áreas da Faixa de Gaza, deslocaram cerca de 90% da sua população e, nas últimas semanas, transformaram mais de metade do território costeiro numa zona tampão militar que inclui a cidade de Rafah, agora quase desabitada, a sul.
O bloqueio de dois meses e meio imposto por Israel quando pôs termo ao cessar-fogo com o Hamas suscitou receios de fome e foi ligeiramente atenuado em maio. O lançamento de um novo sistema de ajuda apoiado por Israel e pelos Estados Unidos tem sido marcado pelo caos e pela violência, e as Nações Unidas afirmam que têm tido dificuldade em entregar alimentos devido às restrições israelitas, ao colapso da lei e da ordem e à pilhagem generalizada.
Israel acusa o Hamas de desviar a ajuda, mas a ONU e os grupos humanitários negam que haja um desvio sistemático.
As autoridades israelitas reclamam ter morto mais de 20 mil membros do Hamas, sem, contudo, apresentar provas. O Hamas ainda mantém 55 reféns - menos de metade dos quais se crê estarem vivos - e controla áreas fora das zonas militares.
A campanha militar israelita transformou grandes partes das cidades em montes de escombros. Centenas de milhares de pessoas vivem em campos de tendas e em escolas desativadas, e o sistema de saúde colapsou, numa altura em que enfrenta vagas diárias de feridos provocados pelos ataques israelitas.
O Hamas afirmou que só libertará os restantes reféns em troca de mais prisioneiros palestinianos, de um cessar-fogo duradouro e de uma retirada total de Israel e ofereceu-se para entregar o poder a um comité palestiniano politicamente independente.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou estas condições, afirmando que Israel só aceitará um cessar-fogo temporário para facilitar o regresso dos reféns. Prometeu continuar a guerra até que todos os reféns sejam devolvidos e o Hamas seja derrotado ou desarmado e enviado para o exílio.
Netanyahu afirma que Israel controlará Gaza indefinidamente e facilitará aquilo a que se refere como a emigração voluntária de grande parte da sua população para outros países. Os palestinianos e a maior parte da comunidade internacional rejeitam esses planos, considerando-os uma expulsão forçada que pode violar o direito internacional.
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