"Precisamos que elejam o líder certo. Vocês serão os líderes que farão a Europa regressar aos valores conservadores", apelou no evento Kristi Noem, secretária da Segurança Interna dos Estados Unidos e importante aliada do presidente norte-americano, Donald Trump.
A segunda volta presidencial, marcada para domingo, coloca em confronto Karol Nawrocki, um historiador independente apoiado pelo principal partido de oposição, os conservadores populistas da Lei e Justiça (PiS), ao presidente da Câmara de Varsóvia, o liberal e pró-europeu Rafal Trzaskowski, que por sua vez recebe o apoio da Coligação Cívica (PO), do primeiro-ministro Donald Tusk.
Kristi Noem descreveu Trzaskowski como "um completo desastre de líder" e Nawrocki como alguém que liderará a Polónia num estilo semelhante ao de Trump, de quem o candidato é assumido apreciador.
O líder norte-americano já indicara que o historiador conservador é o seu favorito ao triunfo nas eleições polacas, após tê-lo recebido na Casa Branca.
"Se vocês [elegerem] um líder que trabalhe com o Presidente Donald J. Trump, o povo polaco terá um aliado forte que garantirá que vocês serão capazes de lutar contra inimigos que não partilham os nossos valores", argumentou a secretária de Segurança Interna norte-americana.
A política republicana referiu-se ainda à manutenção de fronteiras fortes se Nawrocki vencer e à continuação da presença de militares norte-americanos no país, atualmente estimada em cerca de dez mil, num contexto de ameaça russa e da guerra na vizinha Ucrânia.
Na abertura do encontro, o presidente da CPAC, Matt Schlapp, afirmou que os conservadores de todo o mundo estão a travar uma batalha contra os "globalistas", que descreveu como inimigos da fé, da família e da liberdade.
Schlapp lembrou que a organização apoiou Trump durante as suas batalhas jurídicas e declarou que ameaças semelhantes estavam a ocorrer em países como a Polónia.
"Quando um de nós está sob ataque, o resto de nós deve defendê-lo", acrescentou, destacando a importância de os conservadores ganharem eleições, incluindo na Polónia, para "a liberdade das pessoas em todo o lado".
As presidenciais polacas colocam em disputa duas visões opostas para o país, com os liberais de Tusk e os seus aliados no Governo a alertar para um retrocesso, após o PiS ter sido arredado do poder, em outubro de 2023, ao fim de oito anos marcados por acusações de deriva autoritária e de confronto com a União Europeia.
Os dois candidatos estão empatados nas sondagens, mas Nawrocki tem vindo a subir nas pesquisas nos últimos dias, sobretudo a partir do momento em que aceitou as condições do candidato de extrema-direita Slawomir Mentzen para receber o seu apoio, após ter ficado em terceiro lugar na primeira volta, com 14,8% dos votos.
Rafal Trzaskowski e Karol Nawrocki, que ficaram separados por uma curta margem, 31,3% e 29,5% respetivamente, lutam nas urnas para suceder a Andrzej Duda, que atingiu o limite de mandatos e tem usado amplamente o seu poder de veto para condicionar a agenda do Governo.
A reunião da CPAC, cujos encontros anuais decorrem desde 1974, teve lugar em Jasionka, perto da cidade de Rzeszow, no sudeste da Polónia, uma região fortemente conservadora.
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