"Não quero fazer do Islão uma fixação da sociedade francesa. Sei que está na moda. Sei que é provavelmente popular num certo número de círculos, mas temos de viver juntos", disse hoje François Bayro à rádio BFMTV/RMC.
François Bayrou criticou em particular a proposta do líder do Renaissance, o antigo primeiro-ministro Gabriel Attal, de proibir o véu para as raparigas muçulmanas com menos de 15 anos de idade, questionando a forma de aplicação da medida, por exemplo, pela polícia.
A França está atualmente a discutir o lugar do Islão na sociedade, numa altura em que a população de fé ou tradição muçulmana aumentou fortemente desde o pós-guerra (1945) atingindo quase 09% da população.
A França é um país laico, com Igreja e Estado separados desde 1905.
Todos os símbolos religiosos, nomeadamente o véu islâmico, são proibidos para os funcionários públicos e, nas escolas, para alunos e professores.
Trata-se de uma questão sensível para a sociedade francesa que enfrenta casos concretos como o uso do véu islâmico em atividades desportivas.
O primeiro-ministro lamentou ainda a existência de programas de rádio em França que promovem as diferenças culturais frisando que as emissões "estão bastante saturadas" deste tipo de discursos.
"Em França, ateus, cristãos, muçulmanos, judeus, budistas (...), vamos ter de viver juntos", acrescentou, François Bayou.
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