Situação de pobreza atinge cerca de 13 milhões de crianças em Moçambique

Cerca de 13 milhões de crianças moçambicanas, das mais de 16 milhões, vivem em situação de pobreza, indica-se num relatório do Fundo das Nações Unidas para Infância (Unicef) lançado hoje, que aponta também para "desigualdades profundas".

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Lusa
26/05/2025 13:50 ‧ há 4 dias por Lusa

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"Apesar dos progressos em algumas áreas, a pobreza infantil em Moçambique continua a afetar um número inaceitavelmente elevado de meninas e meninos. Cerca de 77% das crianças vivem em situação de pobreza, seja monetária, multidimensional ou ambas", disse Yannick Brand, representante adjunto da agência das Nações Unidas em Moçambique, durante o lançamento, em Maputo, do relatório sobre pobreza infantil em Moçambique.

 

O responsável apontou para a existência de "desigualdades profundas" em Moçambique, entre territoriais e estruturais, o que leva a que algumas crianças continuem a viver em condições "significativamente mais desfavoráveis", com a pobreza rural aproximadamente "três vezes maior que a pobreza urbana".

"A pobreza infantil é mais do que a falta de recursos. Ela compromete o acesso à educação, à saúde, à nutrição adequada, à proteção e ao direito a uma infância plena e compromete, inevitavelmente, o desenvolvimento sustentável do país", referiu Yannick Brand.

Segundo o representante da agência das Nações Unidas, das cerca de 16,4 milhões de crianças em Moçambique, 70,3% vivem em pobreza de consumo e 41,3% têm privações em várias dimensões "essenciais do seu bem-estar", sendo que "uma em cada três crianças vive em pobreza simultânea".

No relatório aponta-se que a crise provocada pelas dívidas ocultas, pandemia da covid-19, choques climáticos e os relacionados com conflitos como alguns dos fatores que contribuíram para o aumento da pobreza monetária infantil moçambicana.

Face às disparidades, Yannick Brand defende a promoção de respostas integradas que acompanhem a criança desde a primeira infância e até à adolescência, o fortalecimento dos mecanismos de proteção social e de resiliência aos choques e a consolidação da produção e uso de evidências como base para o planeamento, monitorização e avaliação de políticas públicas centradas na criança.

"Este relatório é, acima de tudo, uma chamada à responsabilidade coletiva. Que possa inspirar a elaboração de políticas mais inclusivas, reforçar o nosso compromisso com as crianças e servir como catalisador para ações concretas", concluiu o responsável, reafirmando o compromisso da Unicef com o Governo moçambicano e com "cada criança", visando "reduzir a pobreza infantil em todas as suas formas".

Leia Também: Chapo pede ação conjunta da CPLP na mitigação das mudanças climáticas

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