"Esta informação é produto da imaginação e é completamente falsa", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Esmail Baghai, quando questionado sobre esta possibilidade durante uma conferência de imprensa.
O porta-voz iraninano anunciou hoje também que um funcionário da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), o organismo nuclear da ONU, iria visitar o Irão nos próximos dias.
Os países ocidentais, liderados pelos Estados Unidos, e Israel suspeitam que Teerão queira adquirir armas nucleares. O Irão nega ter tais ambições militares.
O enviado dos EUA para o Médio Oriente, Steve Witkoff, que lidera as negociações para Washington desde 12 de abril, disse que os Estados Unidos "não podiam permitir nem um por cento da capacidade de enriquecimento" para o Irão.
Teerão, que defende o direito à energia nuclear civil, especialmente para a energia, considera esta exigência uma "linha vermelha" contrária às disposições do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), do qual o Irão é signatário.
O Irão e os Estados Unidos, que realizaram uma quinta ronda de negociações mediadas pelo Omã sobre um acordo nuclear iraniano em Romana sexta-feira, saíram sem qualquer progresso significativo, mas disseram estar prontos para novas discussões, que descreveram como construtivas.
Entretanto, Teerão afastou hoje qualquer possibilidade de suspender o seu enriquecimento de urânio para chegar a um acordo.
De acordo com a AIEA, o país está atualmente a enriquecer urânio a 60%, muito acima do limite de 3,67% permitido pelo acordo nuclear de 2015 com as principais potências, do qual os Estados Unidos se retiraram em 2018. O Irão diz que quebrou os seus compromissos em retaliação pela retirada dos EUA do pacto, que havia sido assinado em 2015.
Os especialistas estimam que o urânio enriquecido acima dos 20% possa ter potenciais aplicações militares. Para fazer uma bomba, o enriquecimento deve ser levado a 90%.
Donald Trump, que tem pedido aos líderes iranianos que cheguem a um acordo, também ameaçou bombardear o Irão se a diplomacia falhar.
"Tivemos discussões muito, muito boas com o Irão", disse Trump no domingo, em Nova Jérsia, antes de embarcar no seu avião de regresso a Washington.
"E não sei se vos vou anunciar algo de bom ou de mau nos próximos dois dias, mas tenho a sensação de que será algo de bom. Fizemos um progresso real, um progresso sério", acrescentou o líder dos EUA.
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