Criminalidade nos mares sobe, diz ONU. "Rotas e pessoas pedem socorro"

O secretário-geral da ONU, António Guterres, alertou hoje para os riscos de segurança marítima global, lembrando que os oceanos enfrentam "ameaças tradicionais", mas também "perigos emergentes" de criminalidade.

Notícia

© Lusa

Lusa
20/05/2025 19:55 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

ONU

Perante o Conselho de Segurança da ONU e durante um debate sob a presidência da Grécia, Guterres denunciou que os oceanos do mundo enfrentam "pressões sem precedentes", com o aumento significativo de crimes, incluindo pirataria, terrorismo, tráfico de drogas, armas e pessoas, além de ciberataques.

 

"As rotas marítimas do mundo e as pessoas que dependem delas estão a pedir socorro", disse o responsável, citando dados apresentados pela Organização Marítima Internacional (OMI), a mostrar que os incidentes de pirataria e assaltos à mão armada aumentaram 47,5% no primeiro trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2024.

Guterres sublinhou que o terrorismo nos mares representa uma ameaça significativa à segurança internacional, ao comércio global e à estabilidade económica, reconhecendo que este problema se tem vindo a agravar.

A situação é particularmente crítica na Ásia, onde os crimes marítimos quase duplicaram, com destaque para o estreito de Malaca e para as águas internacionais na região de Singapura.

O mar Vermelho e o golfo de Áden também permanecem como focos de instabilidade, com os ataques do movimento rebelde Huthi a embarcações comerciais que interrompem cadeias logísticas e intensificam as tensões na região.

Guterres avisou ainda sobre a multiplicação de redes criminosas transnacionais, com o golfo da Guiné como exemplo de um cenário complexo, onde se combinam pirataria, sequestros, roubo de petróleo, pesca ilegal e tráfico de armas e de seres humanos.

De acordo com a ONU, a heroína do Afeganistão chega à África Oriental pelo oceano Índico; a cocaína atravessa o Atlântico rumo à África Ocidental e aos portos europeus; e, mais recentemente, até os portos globais estão sob ameaça de ataques cibernéticos.

Perante este cenário, Guterres apresentou três prioridades para uma resposta da comunidade internacional: o respeito pelo direito internacional, especialmente pela Carta das Nações Unidas e pela Convenção sobre o Direito do Mar, a criação de oportunidades sustentáveis para populações costeiras vulneráveis, como forma de dissuadir o aliciamento pelo crime organizado, o reforço das parcerias entre todos os atores do setor marítimo, de governos a companhias de navegação, passando por organizações regionais, seguradoras e pescadores.

Leia Também: ONU: "Políticas climáticas podem ajudar comércio e economias"

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas