Roménia. Conservadora demite-se da liderança do terceiro maior partido

A presidente do partido conservador União para Salvar a Roménia (USR), Elena Lasconi, anunciou hoje que abandonará a liderança do partido, após ter ficado em quinto lugar na primeira volta das eleições presidenciais, no domingo.

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© MIHAI BARBU/AFP via Getty Images

Lusa
05/05/2025 12:12 ‧ há 4 horas por Lusa

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Roménia

"A decisão vem depois de um período marcado por desafios políticos e pessoais", disse Lasconi, num vídeo publicado nas redes sociais.

 

"Chegou a altura de tomar uma decisão difícil. Vou renunciar à presidência da URS", anunciou.

Elena Lasconi obteve, na eleição de domingo, 252.708 votos (2,68%), um resultado muito distante dos 19% de votos que lhe garantiram a passagem à segunda volta na eleição de novembro, anulada pelo Tribunal Constitucional por suspeita de interferência russa, o que forçou a repetição da votação.

O populista George Simion venceu a primeira volta das presidenciais, com quase 41% dos votos, e vai disputar a segunda ronda com o centrista Nicusor Dan, que teve quase 21% dos votos.

Lasconi argumentou que a sua saída da liderança do USR, terceira força política, "é correta, natural e boa" e afirmou ter a "paz de espírito" de saber que fez "todo o possível para melhorar a Roménia".

A ex-candidata também alertou os romenos para o importante desafio que enfrentam na segunda volta dessas eleições, nas quais o caminho pró-europeu defendido pela Roménia nas últimas décadas está em jogo.

"Estou esperançosa, e espero que você também, de que juntos conseguiremos dar ao nosso país o que ele merece: um futuro brilhante, com um olhar voltado para o Ocidente, sem corrupção", disse.

Nesta repetição das eleições, Elena Lasconi viu o seu partido retirar-lhe o apoio à corrida presidencial e endossar a candidatura de Nicusor Dan, que considerou ter maiores hipóteses de derrotar Simion na segunda volta.

Por sua vez, a coligação governamental, formada por sociais-democratas (PSD), liberais (PNL) e a minoria húngara, e liderada pelo primeiro-ministro Marcel Ciolacu, reúne-se hoje ao início da tarde, após o candidato que apoiava, Crin Antonescu, ter falhado a passagem à segunda volta por uma diferença de cerca de 80 mil votos.

Em discussão estará também o eventual apoio ao independente Nicusor Dan, presidente da câmara de Bucareste.

"A razão diz-nos que devemos apoiar Nicusor Dan", disse ao canal romeno digi24 Kelemen Hunor, presidente da União Democrática dos Húngaros na Roménia (UDMR), para quem a candidatura do autarca da capital é "a melhor opção da perspetiva da comunidade húngara".

O quarto classificado, com 1,2 milhão de votos (13,05%), o antigo primeiro-ministro Victor Ponta, anunciou que fará campanha por um dos candidatos, mas não revelou qual, em declarações ao portal romeno news.ro.

"Certamente não vou desaparecer no nevoeiro", prometeu.

Ponta, que se demitiu da chefia do Governo em 2015 após protestos pela morte de mais de 30 pessoas num incêndio numa discoteca, com acusações de corrupção, apontou a fragilidade do executivo de Ciolacu, que teve duas derrotas nas eleições presidenciais, em novembro e agora.

"Eu nem acho que este Governo vai durar muito mais tempo", considerou Ponta, avisando que "depois de 18 de maio haverá tempos muito, muito difíceis para todos os romenos, principalmente do ponto de vista económico".

O país está mergulhado numa crise económica, com uma inflação a rondar os 5% e o maior défice da União Europeia em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB), na ordem dos 8,5%. Antigo regime comunista até 1989, a Roménia ainda mantém profundas desigualdades sociais e económicas.

No final do ano passado, agravou-se a crise política, após a anulação da primeira volta das presidenciais, numa decisão inédita do Tribunal Constitucional, que foi contestada internamente, mas também a nível internacional, nomeadamente pela administração norte-americana de Donald Trump.

Leia Também: Líderes da extrema-direita europeia saúdam vitória de George Simion

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