Primeiro-ministro de Tonga demite-se antes de enfrentar moção de censura

O primeiro-ministro de Tonga, Siaosi Sovaleni, demitiu-se hoje, pouco antes do parlamento de Nuku'alofa votar uma moção de censura, num contexto de relações tensas com o monarca do arquipélago.

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Lusa
09/12/2024 06:40 ‧ 09/12/2024 por Lusa

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Tonga

"Demiti-me imediatamente de acordo com a Constituição", disse Sovaleni, num breve discurso perante o parlamento, sem especificar as razões para a sua decisão nem contestar a moção de censura.

 

"No que respeita a Sua Majestade [o rei de Tonga, Tupou VI] (...) e aos nobres que mudaram de lado porque tiveram medo, deixem-me suportar o peso e a dor", acrescentou o dirigente, citado pelo jornal online Matangi.

Tonga é uma monarquia parlamentar em que o rei mantém poderes para nomear juízes, vetar leis e dissolver o parlamento. Tupou VI nomeia nove dos 26 deputados, enquanto os restantes 17 são eleitos pela população.

"É o melhor caminho para Tonga", disse, mais tarde, o político de 54 anos, após a sua demissão, à Rádio Nova Zelândia, acrescentando que espera que alguém tome as rédeas do executivo nos próximos 10 meses, até às próximas eleições gerais.

Sovaleni, que assumiu o poder em dezembro de 2021, enfrentou e sobreviveu uma moção de censura em setembro, apresentada por várias razões que incluíram suspeitas de corrupção, má gestão, a situação da companhia aérea Lulutai Airlines e o incumprimento de promessas eleitorais.

Em fevereiro Tupou VI tinha retirado, sem explicar os motivos, a confiança a Sovaleni como chefe das Forças Armadas, abrindo uma crise política no pequeno reino da Polinésia, onde o monarca tinha o poder absoluto até 2008.

O político admitiu ter "muito pouco conhecimento" sobre a razão pela qual o rei tentou obrigar o Governo a abdicar das pastas da Defesa e dos Negócios Estrangeiros.

Tonga sofreu um tsunami em janeiro de 2022, causado por uma violenta erupção de um vulcão subaquático, que causou três mortes e deixou o país incomunicável durante vários dias, afetando 80% da população de cerca de 105 mil pessoas, distribuídas por 171 ilhas.

Tal como os seus vizinhos do Pacífico, o país tem sido um alvo diplomático dos Estados Unidos desde abril de 2022, quando a China e as Ilhas Salomão assinaram um pacto de segurança que prevê a possibilidade do envio de forças de segurança chinesa para o arquipélago.

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