Mikheïl Saakashvili liderou o país do Cáucaso de 2004 a 2013 e foi detido em 2021 depois de regressar de vários anos de exílio no estrangeiro, e enviado para a prisão para cumprir uma pena de seis anos por abuso de poder em 2018.
Em março, foi também condenado após ter sido acusado de desvio de fundos durante a sua presidência e de passagem ilegal da fronteira por ter regressado secretamente à Geórgia num camião que transportava produtos lácteos.
O tribunal condenou-o a um total cumulativo de 12 anos e meio de prisão.
"O Tribunal de Recurso de Tibilisi confirmou o veredito", declarou hoje o seu advogado, Beka Bassilaïa, aos jornalistas.
O recurso referia-se apenas à acusação de passagem ilegal da fronteira.
Saakashvili, de 57 anos, está hospitalizado desde 2022 porque o seu estado de saúde deteriorou-se na sequência de uma greve de fome de 50 dias que fez para protestar contra a sua detenção.
Os apoiantes de Saakashvili, fundador do partido da oposição Movimento Nacional Unido (MNU), consideram que a sua detenção foi orquestrada pelo partido no poder, o Georgian Dream, acusado de excessos autoritários.
A União Europeia (EU) e os Estados Unidos instaram a Geórgia a garantir que Mikheïl Saakachvili receba cuidados médicos e que os seus direitos sejam respeitados. O Conselho da Europa descreveu-o como um "prisioneiro político".
Mikheïl Saakachvili, que estudou nos Estados Unidos e em França, realizou reformas importantes durante o seu mandato e lutou contra a corrupção.
No entanto, muitos críticos denunciaram a sua presidência pela violação das liberdades e pelas tendências autoritárias, citando em especial a repressão violenta das manifestações antigovernamentais.
Apesar da sua prisão, continua a ser uma figura da oposição ao atual Governo.
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