Síria. Scholz apela a restabelecimento da "ordem" após colapso do regime

O chanceler alemão, Olaf Scholz, apelou hoje ao rápido restabelecimento da "lei e da ordem" e uma solução política que ofereça a todos os sírios uma vida "com dignidade e autodeterminação" após o colapso do regime de Bashar al-Assad.

Notícia

© Getty Images

Lusa
08/12/2024 15:46 ‧ 08/12/2024 por Lusa

Mundo

Síria

Al-Assad "oprimiu o seu próprio povo da forma brutal, tem inúmeras vidas na sua consciência e obrigou muitas pessoas a fugir da Síria", sublinhou Scholz numa breve declaração, na qual afirmou que o fim do regime "é uma boa notícia".

 

No entanto, o chanceler alemão sublinhou ser agora altura de "restaurar rapidamente a lei e a ordem" na Síria e que os insurgentes islâmicos devem garantir a proteção de todas as comunidades religiosas e minorias étnicas.

"Uma solução política para o conflito na Síria continua a ser possível, em conformidade com a Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU", afirmou.

A Resolução 2254 do Conselho de Segurança das Nações Unidas, de dezembro de 2015, foi aprovada com o objetivo de se definir uma solução política para a guerra civil na Síria, que eclodira em 2011, e de se estabelecer um processo de transição política, sob a égide da ONU.

"Os futuros governantes serão avaliados em função da sua capacidade de proporcionar uma vida digna e autodeterminada a todos os sírios, de defender a soberania da Síria contra a interferência maliciosa de terceiros e de viver em paz com os seus vizinhos", assinalou Olaf Scholz.

Na sequência da guerra civil síria, a Alemanha acolheu uma grande comunidade de refugiados sírios, que, segundo os dados do instituto de estatística Destatis relativos ao final de 2023, ascende a cerca de 972.000 pessoas.

No sábado à noite, centenas de apoiantes dos rebeldes sírios saíram à rua para celebrar o sucesso da ofensiva em várias cidades alemãs e, em Berlim, um cortejo de carros reuniu-se em frente à embaixada síria na capital alemã e foi lançado fogo-de-artifício.

Cerca de 4.000 pessoas reuniram-se no centro de Berlim no domingo, disse à EFE uma porta-voz da polícia, em resposta a um apelo da oposição síria para celebrar a queda do regime sob o lema "A Síria merece liberdade, não a ditadura de Assad".

Os rebeldes declararam hoje Damasco 'livre' do Presidente Bashar al-Assad, após 12 dias de ofensiva de uma coligação liderada pelo grupo islâmico Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham ou HTS, em árabe), juntamente com outras fações apoiadas pela Turquia, para derrotar o governo sírio.

O Presidente sírio, no poder há 24 anos, deixou o país perante a ofensiva rebelde, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), desconhecendo-se, para já, o seu paradeiro.

Rússia, China e Irão manifestaram preocupação pelo fim do regime, enquanto a maioria dos países ocidentais e árabes se mostrou satisfeita por Damasco deixar de estar nas mãos do clã Assad.

No poder há mais de meio século na Síria, o partido Baath foi, para muitos sírios, um símbolo de repressão, iniciada em 1970 com a chegada ao poder, através de um golpe de Estado, de Hafez al-Assad, pai de Bashar, que liderou o país até morrer, em 2000.

Leia Também: Netanyahu diz que queda de al-Assad marca "dia histórico" na Síria

Partilhe a notícia

Escolha do ocnsumidor 2025

Descarregue a nossa App gratuita

Nono ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas