É muitas vezes descrito como 'o melhor amigo do homem' e essa lealdade pode permanecer até na morte. Foi assim que aconteceu com Titan, um cão "heroico e leal" que ajudou a apanhar o assassino da dona, nos Estados Unidos, depois de se ter recusado a abandonar o seu corpo e o local do crime.
Recentemente, o autor do crime, Derek Daigneault foi condenado a prisão perpétua. Em causa está a morte de Mandy Rose Reynolds, sua prima, cujo corpo foi encontrado a arder num campo em Robinson, Texas, em 2023.
Após estes desfecho, os elogios foram para Titan.
"As chaves deste caso foram um cão heroico e leal chamado Titan e uma cooperação extraordinária entre as autoridades policiais de várias jurisdições e estados. Essa combinação proporcionou justiça para Mandy e segurança contra um criminoso violento e perigoso", disseram os procuradores-adjuntos Ryan Calvert e Alyssa Killin, num comunicado agora destacado pelo Gabinete do Procurador Distrital do Condado de McLennan.
O caso remonta a abril de 2023. Na altura, a polícia, que respondia a um incêndio florestal, encontrou um cadáver carbonizado, impossível de reconhecer. Nas proximidades encontrava-se um cão branco, da raça labradoodle, que "ladrou freneticamente" aos agentes da autoridade e recusou-se a abandonar a área onde o corpo foi encontrado.
Na manhã seguinte à recuperação do corpo, alguém se deparou com o cão sentado no local onde havia estado o corpo queimado e notificou o controlo de animais, que descobriu que o cão, chamado Titan, tinha um microchip e pertencia a Mandy Reynolds.
A polícia soube que a mulher vivia em San Marcos, no Texas, e notificou os agentes locais para a procurarem. Os polícias entraram no seu apartamento e encontraram-no vazio, sem todos os seus objetos e sem o carro.
Uma consulta de uma base de dados de matrículas levou a polícia a descobrir que o carro estava algures em Wichita, no Kansas, e, alguns dias mais tarde, os agentes locais viriam a avistar o carro. O carro não cumpriu uma ordem de paragem e deu-se uma perseguição a alta velocidade. Quando o carro embateu contra outro veículo, o condutor fugiu para uma loja próxima, onde se escondeu. No entanto, a polícia conseguiu encontrá-lo e identificou-o como um primo de Reynolds. Tratava-se de Derek Daigneault.
A polícia acabaria também por obter um vídeo de vigilância de um hipermercado, que mostrava Daigneault a comprar um grande contentor de plástico idêntico àquele em que o corpo da mulher foi queimado, bem como uma pá e um garrafão de gasolina.
As imagens mostram ainda Daigneault a sair da loja no carro de Reynolds, com Titan a pôr a cabeça de fora da janela do carro. Mais tarde, foram encontrados todos os pertences pessoais da mulher num camião abandonado a vários quilómetros da sua casa.
A autópsia confirmou a identidade de Reynolds através dos registos dentários e determinou que a mulher morreu de um ferimento de bala na cabeça. As autoridades viriam a perceber que uma bala recuperada do seu corpo e um invólucro encontrado dentro do contentor em que foi queimada tinham sido disparados por uma arma de fogo encontrada dentro do carro, quando este estava na posse de Daigneault.
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