Comissária europeia indigitada para Mediterrâneo defende acordo com Israel

A candidata a comissária europeia para o Mediterrâneo, Dubravka Suica, afirmou hoje ser contra a anulação do acordo de associação com Israel, alertando que tal medida deixaria a União Europeia (UE) sem parceiros na região.

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Lusa
05/11/2024 21:09 ‧ 05/11/2024 por Lusa

Mundo

Dubravka Suica

"Não temos outra solução, se cancelarmos o acordo de associação com Israel, quem será o nosso interlocutor? Com quem resolvemos a solução dos dois Estados?", questionou a croata, que ambiciona tornar-se comissária europeia na equipa do segundo mandato de Ursula von der Leyen.

 

Em resposta às perguntas de Pernando Barrena, eurodeputado do partido EH Bildu (esquerda independentista do País Basco), durante a audição no Parlamento Europeu à candidata à comissária, Suica indicou que seria difícil para a UE continuar a manter relações com Israel caso decida anular o acordo de associação.

"Não sei como é que vamos continuar", afirmou.

A Espanha e a Irlanda já pediram há meses uma avaliação do Conselho de Associação para determinar se Israel está a cumprir as suas obrigações em matéria de direitos humanos na sua campanha militar na Faixa de Gaza e no Líbano, em resposta aos ataques do grupo islamita palestiniano Hamas e do movimento xiita libanês Hezbollah.

A candidata esclareceu ainda que não cabe à Comissão Europeia avaliar o acordo de associação com Israel, mas que este deve ser aprovado por unanimidade pelos Estados-membros do bloco comunitário.

"Precisamos de parceiros. No Líbano, na Palestina e é isto que fazemos, não há mais nada que possamos fazer", disse a representante sobre a resposta de Bruxelas à crise na região do Médio Oriente.

A anulação do acordo de associação com Israel surgiu como retaliação pela ofensiva israelita contra a Faixa de Gaza e o Líbano, que já fez mais de 43 mil mortos e mais de 100 mil feridos desde o início da ofensiva israelita contra o grupo islamita palestiniano Hamas, há mais de um ano, segundo o mais recente relatório do Ministério da Saúde de Gaza, tutelado pelo Hamas.

O conflito iniciou-se depois do Hamas ter lançado um ataque sem precedentes a Israel em outubro de 2023, matando mais de 1.200 pessoas e raptando outras 250, segundo as autoridades israelitas.

As audições no Parlamento Europeu aos candidatos a comissários designados por cada Estado-membro do bloco comunitário arrancaram na segunda-feira e irão prolongar-se até 12 de novembro.

A audição da comissária indigitada por Portugal e com a pasta atribuída dos Serviços Financeiros e União de Poupança e Investimento, Maria Luís Albuquerque, está marcada para quarta-feira de manhã.

As audições aos 20 candidatos a comissários designados por cada Estado-membro é a penúltima parte do processo de constituição da próxima Comissão Europeia.

O colégio de comissários liderado por Ursula von der Leyen para o próximo mandato vai ser votado na sessão plenária na sede do Parlamento Europeu em Estrasburgo, França, de 25 a 28 de novembro.

Leia Também: Novo ministro da Defesa israelita deve "dar prioridade" a acordo

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