A Organização Internacional para as Migrações (OIM) já tem registos de quase 800.000 pessoas deslocadas internamente, um aumento significativo depois de, em setembro, contabilizar 110.000 deslocados, que eram sobretudo pessoas que fugiram da parte sul do país em busca de refúgio noutras áreas teoricamente mais seguras, como Beirute.
As Forças de Defesa de Israel (FDI), que também estenderam os seus ataques a Beirute, ordenam diariamente a retirada de pessoas de certas áreas, em antecipação a futuros bombardeamentos que visam destruir as infraestruturas do partido paramilitar xiita Hezbollah, mas que afetam a população civil indiscriminadamente.
Além das pessoas deslocadas internamente, a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) registou 421 mil passagens na fronteira com a Síria, das quais 70% correspondem a cidadãos sírios que regressam ao seu país.
Outras 16.700 pessoas optaram por fugir para o Iraque, embora neste caso seja considerada a entrada pela fronteira terrestre, mas também pelos aeroportos.
Tanto as agências das Nações Unidas como as organizações não-governamentais que trabalham no terreno alertaram para a situação precária em que se encontram as pessoas deslocadas, refugiados e retornados, uma vez que a grande maioria transporta apenas os poucos pertences que consegue carregar.
A OIM solicitou 426 milhões de dólares (cerca de 393 milhões de euros) para ajudar um milhão de pessoas no Líbano.
No último balanço feito pela ONU, a ofensiva de Israel sobre o Líbano provocou, até 17 de outubro, quase 780 mil deslocados.
As autoridades libanesas referiram, no sábado, que pelo menos 1.800 pessoas já morreram na sequência dos bombardeamentos israelitas no país e pediram ajuda à União Europeia para envio de equipamentos médicos vitais e de medicamentos.
Hoje, a Comissão Europeia apelou aos Estados-membros para enviarem assistência médica urgente para o Líbano, na sequência do agravamento da situação humanitária.
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