México confia no respeito da "vontade do povo venezuelano"

O governo mexicano manifestou hoje confiança no respeito da "vontade do povo venezuelano" e por um "escrutínio transparente", após Nicolás Maduro ter sido proclamado vencedor nas presidenciais da Venezuela, resultado rejeitado pela oposição.

Manifestações na Venezuela

© Pedro Rances Mattey/Anadolu via Getty Images

Lusa
30/07/2024 00:45 ‧ 30/07/2024 por Lusa

Mundo

Venezuela

"Aderindo aos seus princípios constitucionais de política externa, com pleno respeito pela soberania da Venezuela e pela autodeterminação do povo, o México confia que a vontade do povo venezuelano expressa nas urnas será respeitada através de um processo de escrutínio transparente", destacou o Ministério dos Negócios Estrangeiros mexicano, numa breve nota.

 

O México reagiu minutos depois do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela ter proclamado oficialmente como Presidente Nicolás Maduro.

Até ao final da manhã de hoje o México não tinha reagido às eleições venezuelanas e o Presidente Andrés Manuel López Obrador indicou, durante a sua conferência matinal, que reconheceria a vitória de Maduro se a CNE "confirmasse a tendência" que favorecia o chavista.

Com esta posição, o México juntou-se, embora com diferenças, a outros governos da esquerda latino-americana, como o Chile, a Colômbia e a Guatemala, que pediram transparência na contagem de votos, enquanto o Brasil pediu para esperar.

Nas eleições de domingo, Maduro enfrentou o candidato da oposição da maioria, Edmundo González Urrutia, e outros oito candidatos. O CNE anunciou que o Presidente cessante Nicolás Maduro foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo de seis anos com 51,20% dos votos.

O Governo do Panamá, por outro lado, anunciou hoje que suspendeu as relações diplomáticas com a Venezuela e confirmou a retirada do seu pessoal diplomático do país latino-americano "até que seja realizada uma revisão da ata" das eleições presidenciais.

"A frágil relação estabelecida nos últimos anos com a República da Venezuela foi gravemente prejudicada nos últimos dias, em resultado do encerramento unilateral por parte do Governo venezuelano do espaço aéreo aos voos da nossa companhia aérea Copa Airlines", realçou o Presidente José Raúl Mulino.

O governante classificou ainda as eleições na Venezuela como uma "subjugação do sistema democrático livre, aberto e transparente".

"Não podemos ignorar a tentativa de golpe institucional contra a decisão soberana do povo da Venezuela", acrescentou.

O Centro Carter, especializado em observação eleitoral, solicitou hoje ao CNE a publicação das atas "mesa por mesa" das eleições presidenciais deste domingo-

"A informação constante das atas dos resultados ao nível das assembleias de voto, transmitidas à CNE, é fundamental para a nossa avaliação e importante para todos os venezuelanos", indicou este organismo, em comunicado, depois de ter participado como observador a convite do CNE.

A fronteira entre a Colômbia e a Venezuela, encerrada nos últimos três dias devido às eleições presidenciais, foi hoje reaberta e grande parte dos que a transpuseram não escondeu a desilusão com o resultado oficial.

A tristeza e o descontentamento foram evidentes na maioria das pessoas que circularam hoje de manhã na ponte internacional Simón Bolívar, que liga a cidade colombiana de Cúcuta, capital do departamento Norte de Santander, ao estado venezuelano de Táchira, onde muitos insistiram ao falar de fraude, noticiou a agência Efe.

Embora a circulação de veículos e pessoas tenha sido retomada hoje sem restrições por parte das autoridades venezuelanas, o movimento foi muito menor do que o habitual.

A Colômbia é o país que mais migrantes venezuelanos acolheu, com quase 2,8 milhões de pessoas, segundo a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), mas apenas 7.012 foram acreditados para votar devido aos impedimentos que encontraram para se inscreverem no recenseamento eleitoral.

Leia Também: Dezenas de detidos por ações "criminosas e terroristas" na Venezuela

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