"Estou horrorizado com o chocante surto de violência mortal na Papua-Nova Guiné, aparentemente devido a uma disputa sobre a propriedade e os direitos de utilização de terras e lagos", afirmou o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos, em comunicado.
Volker Türk especificou ainda que os ataques ocorreram em aldeias da província de Sepik Oriental e que mais de 200 habitantes fugiram quando as suas casas foram queimadas.
Segundo o representante da Organização das Nações Unidas (ONU), o número de mortos pode ultrapassar os 50, tendo em conta que as autoridades locais ainda procuram pessoas desaparecidas.
Volker Türk apelou também às autoridades "para que realizem investigações rápidas, imparciais e transparentes" e que garantam que os responsáveis sejam responsabilizados pelas suas ações.
"Também é essencial que as vítimas e as suas famílias beneficiem de reparações, incluindo habitação adequada, proteção eficaz contra novos ataques e apoio psicossocial", alertou o alto-comissário para os Direitos Humanos.
A população da Papua-Nova Guiné mais do que duplicou desde 1980, aumentando a pressão sobre a terra e os recursos naturais e agravando as rivalidades tribais.
Os confrontos tribais subiram de intensidade nos últimos anos com o aumento de armas automáticas e de mercenários, com o Governo a multiplicar as estratégias para conter as ondas de violência, mas sem grande sucesso.
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