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Nobel da Paz iraniana apela à insurreição face a "guerra contra mulheres"

A Prémio Nobel da Paz iraniana Narges Mohammadi, presa desde 2021, apelou aos seus concidadãos para que se insurjam perante "uma guerra em grande escala contra as mulheres", após a intensificação do controlo do uso obrigatório de véu na rua.

Nobel da Paz iraniana apela à insurreição face a "guerra contra mulheres"
Notícias ao Minuto

17:09 - 23/04/24 por Lusa

Mundo Narges Mohammadi

"Mulheres e homens iranianos, apelo a todos vós, quer sejam artistas, intelectuais, trabalhadores, professores ou estudantes, dentro ou fora do país, para que se insurjam contra esta guerra contra as mulheres", invocou Narges Mohammadi numa mensagem de voz divulgada pelos seus apoiantes.

Detida em Teerão, a ativista dos direitos das mulheres acusou as autoridades de terem lançado uma "guerra em grande escala contra todas as mulheres em todas as ruas do Irão".

A ativista apelou às mulheres iranianas que foram presas, espancadas, vítimas de abusos ou sexualmente agredidas pelas autoridades que partilhem as suas histórias na sua página na rede social de Instagram.

"Não subestimem o poder de partilhar as vossas experiências. Se o fizerem, expõem a misoginia do governo e derrubam-no", argumentou ainda a ativista, que gravou a mensagem, segundo os seus apoiantes, a partir da prisão de Evin.

Depois de ver negado o acesso a um cartão telefónico durante cinco meses, a ativista utilizou o cartão de Sepideh Gholian, considerada prisioneira política pelos grupos de defesa dos direitos humanos.

Mohammadi também relatou que uma prisioneira que chegou recentemente à prisão de Evin, Dina Ghalibaf, jornalista e estudante, foi detida depois de ter acusado as forças de segurança nas redes sociais de a terem algemado e assediado sexualmente durante uma detenção anterior numa estação de metro.

"Durante anos, assistimos a agressões, abusos sexuais e espancamentos de muitas mulheres no país por agentes do governo", denunciou.

Em meados deste mês, a polícia iraniana anunciou o reforço do controlo do uso obrigatório do véu pelas mulheres na rua, lamentando que o cumprimento desta obrigação fosse cada vez mais raro.

Desde a Revolução Islâmica de 1979, as mulheres são obrigadas a esconder o cabelo nos locais públicos do Irão.

Mas são cada vez mais as mulheres que se apresentam sem véu, sobretudo desde o movimento de protesto desencadeado pela morte sob detenção, em setembro de 2022, de Mahsa Amini, uma jovem detida sob acusação de violar o rigoroso código de vestuário do país.

Leia Também: AI lança campanha por ativista Narges Mohammadi presa no Irão

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