Meteorologia

  • 04 MAIO 2024
Tempo
13º
MIN 13º MÁX 20º

Rússia limita celebrações da vitória sobre nazis por razões de segurança

A Rússia vai limitar, pelo segundo ano consecutivo, as celebrações da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, um elemento central da narrativa patriótica do Kremlin, por razões de segurança.

Rússia limita celebrações da vitória sobre nazis por razões de segurança
Notícias ao Minuto

14:38 - 23/04/24 por Lusa

Mundo Rússia

Em particular, foram canceladas as procissões do "Regimento Imortal", durante as quais milhares de russos marcham por todo o país segurando retratos dos seus familiares que participaram na Segunda Guerra Mundial, disse hoje uma responsável.

Devido às ameaças existentes para a segurança pública, relacionadas com o conflito na Ucrânia e o recente ataque perto de Moscovo, "a organização do 'Regimento Imortal da Rússia' decidiu não realizar a procissão (...) pessoalmente", disse a codiretora da entidade, Elena Tsounaeva, citada pela agência Interfax.

Em contrapartida, propõe a afixação de retratos de veteranos nos transportes públicos, aviões e navios, ou a criação de "Galerias da Memória" em espaços públicos com retratos deste género.

Em maio de 2023, foram também cancelados os desfiles do "Regimento Imortal".

O ministro da Educação, Sergei Kravtsov, citado pela Interfax, disse que estão, no entanto, previstas comemorações nas escolas, que são convidadas a acolher os veteranos da Segunda Guerra Mundial e os participantes no conflito na Ucrânia, apresentado por Moscovo como uma luta contra os neonazis.

A tradicional parada militar na Praça Vermelha, em Moscovo, vai realizar-se, enquanto outras cidades russas cancelaram os seus próprios eventos.

Nos últimos meses, dezenas de ataques de drones ucranianos atingiram a Rússia. Homicídios e tentativas de assassínio têm também como alvo várias figuras pró-Kremlin, e os serviços de segurança russos afirmam regularmente ter frustrado ataques ou sabotagens.

Hoje, as autoridades russas prenderam o principal suspeito de planear um ataque terrorista com a ajuda de supostos nacionalistas ucranianos na cidade de Briansk, perto das fronteiras com a Ucrânia e a Bielorrússia.

O Serviço Federal de Segurança (FSB) indicou que um dos principais envolvidos na tentativa "professava a ideologia nacionalista ucraniana e seguia instruções de representantes de uma organização terrorista proibida no país".

Um ataque terrorista contra uma sala de concertos perto de Moscovo, em 22 de março, matou 144 pessoas e feriu centenas de outras.

As autoridades russas admitiram que o atentado tinha sido perpetrado por islamitas, mas não mencionaram a reivindicação do grupo jihadista Estado Islâmico (EI), insistindo numa ligação com a Ucrânia, sem apresentar qualquer prova tangível.

Desde que chegou ao poder, Vladimir Putin fez da celebração da vitória soviética sobre a Alemanha nazi, conseguida à custa de mais de 25 milhões de mortos do lado soviético, um pilar do seu discurso patriótico.

Segundo os seus detratores, Putin utiliza a história para justificar as suas políticas e consolidar a sua legitimidade, apresentando-se como o herdeiro do poder soviético, enquanto minimiza os crimes da URSS e o seu pacto com Hitler em 1939.

Leia Também: Nagorno-Karabakh: Azerbaijão sob controlo após Rússia retirar forças

Recomendados para si

;
Campo obrigatório