"Desde a abertura destes centros de distribuição de alimentos, registaram-se mais de 30 incidentes com um elevado número de feridos no hospital de campanha", disse o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV).
O comité referia-se aos incidentes ocorridos nos centros de distribuição de ajuda controlados pelo exército israelita e operados pela Fundação Humanitária de Gaza (FHG), patrocinada por Israel e Estados Unidos.
Além dos feridos, cerca de 1.400 pessoas foram mortas nos incidentes, segundo as autoridades da Faixa de Gaza.
Os militares israelitas afirmam que apenas disparam contra elementos do grupo extremista Hamas, que Israel considera uma organização terrorista e que pretende destruir.
"É inaceitável que pessoas sejam feridas ou mortas enquanto tentam alimentar as famílias", criticou a organização com sede em Genebra, Suíça, citada pela agência de notícias espanhola Europa Press.
O CICV apelou à "facilitação de um fluxo rápido e desimpedido de assistência a Gaza", ao mesmo tempo que pediu que as organizações pudessem operar com facilidade no enclave palestiniano.
"Não podemos permitir que uma crise humanitária já catastrófica se deteriore ainda mais. São inúmeras as vidas que estão em risco", afirmou.
O governo do Hamas em Gaza calcula em mais de 61.200 o número de mortos na ofensiva que Israel tem em curso desde que sofreu um ataque do grupo extremista em 07 de dezembro de 2023, que causou 1.200 mortos e 250 reféns.
Os dados de vítimas na Faixa de Gaza incluem mais de 200 mortos por fome ou inanição, incluindo 98 crianças, segundo um balanço atualizado hoje pelas autoridades da Faixa de Gaza.
O Governo israelita aprovou esta madrugada a proposta do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, para uma intensificação da ofensiva militar em Gaza, incluindo a ocupação da capital do enclave.
O plano tem por base as premissas da desmilitarização e controlo da segurança do território, bem como "o regresso de todos os reféns, vivos e mortos".
As autoridades israelitas afirmam que 50 reféns continuam detidos pelo Hamas na Faixa de Gaza, 20 vivos e 30 mortos.
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