As universidades públicas da Argentina manifestaram-se, esta quarta-feira, contra os cortes orçamentais do governo do presidente Javier Milei, tendo, por isso, desligado as luzes de todas as sala de aula para poupar dinheiro na eletricidade.
"Não há forma de manter a universidade a funcionar com este orçamento, [mas] as aulas continuarão da maneira que nos for possível. Vamos dar aulas até à luz das velas, mas a comunidade deve saber que não vamos fechar as portas", disse o reitor da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA), Leandro Vergara, após dar aula nas escadas do edifício, em declarações à agência Reuters.
Já na Faculdade de Ciências Exatas da UBA, alunos e professores ergueram um relógio com uma contagem regressiva, que indicava que o orçamento seria suficiente para mais 43 dias.
A UBA, que oferece licenciaturas gratuitas para toda a população, também administra seis escolas secundárias e cinco hospitais públicos, tendo afirmado que o seu orçamento foi cortado em 26% em termos nominais e em 80% em termos reais, dada a inflação que se aproxima dos 300%. Pediu, por isso, às faculdades que reduzissem o consumo de energia.
Ainda assim, os cortes atingiram todas as universidades públicas da Argentina, estando marcada uma manifestação antigovernamental para a próxima semana.
Desde que assumiu o cargo, a 10 de dezembro do ano passado, Milei descongelou preços e retirou subsídios, impondo uma forte perda do poder aquisitivo. Enquanto os salários ficaram estagnados, a inflação de dezembro fixou-se em 25,5%, a de janeiro em 20,6%, a de fevereiro nos 13,2% e a de março em 11%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas e Censos.
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