Os países ocidentais "deveriam apreciar a contenção do Irão nos últimos meses", "em vez de fazer acusações", disse Nasser Kanani durante uma conferência de imprensa realizada hoje em Teerão.
Os Estados Unidos e os países europeus condenaram o ataque iraniano sem precedentes contra Israel realizado neste fim de semana, que Teerão apresentou como uma operação de "autodefesa" após o ataque de 01 de abril contra o consulado iraniano em Damasco atribuído a Israel.
Os líderes dos países do G7 (grupo dos sete países mais industrializados) denunciaram "por unanimidade" no domingo a operação militar do Irão que, "com as suas ações", corre o risco de "provocar uma escalada regional incontrolável" do conflito já existente entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.
"O nosso conselho a todos os apoiantes do regime sionista é que apreciem a ação responsável do Irão e, em vez de fazerem comentários desproporcionais contra o Irão, alertem o regime sionista contra outros males que terão consequências incalculáveis", reagiu o porta-voz da diplomacia iraniana.
Kanani afirmou ainda que Teerão decidiu "punir" Israel depois de "o Conselho de Segurança da ONU não ter cumprido as suas responsabilidades" de condenar o ataque ao consulado iraniano na Síria, "devido à ação da França, de Inglaterra e da América" que se opuseram à medida.
O ataque de 01 de abril destruiu o consulado iraniano e deixou 16 mortos, incluindo sete membros do Corpo da Guarda Revolucionária, o exército ideológico da República Islâmica, segundo uma organização não-governamental.
"Estamos firmemente convencidos de que, sem a luz verde dada pelos Estados Unidos, Israel não teria ousado atacar a representação diplomática do Irão", reiterou Kanani, embora Washington garanta não ter estado envolvido nessa operação.
O Irão lançou na noite de sábado e madrugada de domingo um ataque contra Israel, com recurso a mais de 200 'drones', mísseis de cruzeiro e balísticos, a grande maioria intercetados, segundo o exército israelita.
O ataque aumentou as tensões entre Teerão e Telavive, já marcadas nos últimos tempos pela ofensiva de Israel na Faixa de Gaza.
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