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Ajuda continua escassa enquanto novos tiroteios atingem capital do Haiti

Novos tiroteios eclodiram esta terça-feira no centro de Porto Príncipe, capital do Haiti, situação que forçou os trabalhadores humanitários a interromperem o apoio aos milhares de haitianos que precisam de cuidados urgentes.

Ajuda continua escassa enquanto novos tiroteios atingem capital do Haiti
Notícias ao Minuto

06:28 - 10/04/24 por Lusa

Mundo Haiti

Semanas de violência de gangues criminosos forçaram cerca de 18 hospitais a parar de funcionar e causaram uma escassez de equipamentos médicos, enquanto o maior porto marítimo e o principal aeroporto internacional do Haiti permanecem fechados, alertaram esta terça-feira trabalhadores humanitários da Aliança para a Ação Médica Internacional, uma organização humanitária com sede no Senegal.

"A situação é realmente desafiante e afeta o nosso movimento diariamente", explicou Antoine Maillard, coordenador médico da organização com sede em Porto Príncipe.

A violência deslocou cerca de 17 mil pessoas da capital das suas casas. Muitos estão amontoados em escolas abandonadas e outros edifícios onde muitas vezes partilham uma única casa de banho, noticiou a agência Associated Press (AP).

Maillard frisou que os trabalhadores humanitários conseguiram chegar a um dos campos para deslocados esta terça-feira, "mas havia muitos tiroteios" para concretizar a ajuda.

O responsável da ONG alertou que a crise de saúde está a piorar, sendo difícil encontrar medicamentos básicos, incluindo antibióticos e antidiarreicos.

Os tiros ainda ecoam diariamente em Porto Príncipe, embora a violência tenha diminuído em certas áreas, desde que homens armados começaram a atacar infraestruturas importantes do Governo em 29 de fevereiro.

Cupidon, que gere uma clínica de saúde móvel, contou que uma equipe da ONG Médicos Sem Fronteiras (MSF) visitou um bairro próximo do centro de Porto Príncipe no final do mês passado, ao qual não era possível aceder desde 29 de fevereiro.

"As necessidades médicas na região são muito elevadas e só deverão aumentar agora que os cuidados de saúde são tão limitados", destacou Cupidon.

O país tem sido devastado durante décadas pela pobreza, desastres naturais, instabilidade política e violência de gangues.

Desde finais de fevereiro, poderosos gangues do Haiti uniram esforços para atacar esquadras de polícia, prisões, o aeroporto e o porto marítimo, mergulhando o país no caos e forçando a saída do primeiro-ministro, Ariel Henry, que renunciou em 11 de março para dar lugar a um conselho de transição. Estima-se que os gangues controlem 80% de Porto Príncipe.

Mais de três semanas depois, a formação do conselho ainda não foi concluída, devido a divergências entre os partidos políticos e outras partes interessadas que deveriam nomear o próximo primeiro-ministro e dúvidas sobre a própria legalidade de tal organismo.

Leia Também: Cerca de 13 mil haitianos repatriados por países vizinhos em março

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