"Quando o Presidente [russo] Putin lançou a sua guerra de escala contra a Ucrânia, há dois anos, queria menos NATO e mais controlo sobre os seus vizinhos. Queria destruir a Ucrânia como Estado soberano, mas não conseguiu. A NATO é maior e mais forte e a Ucrânia está mais perto do que nunca de aderir à NATO", declarou Jens Stoltenberg.
Falando à imprensa na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), em Bruxelas, no dia em que se celebra a adesão oficial da Suécia à Aliança Atlântica, o responsável acrescentou que "o Presidente Putin começou esta guerra e podia acabar com ela hoje, mas a Ucrânia não tem essa opção [pois] a rendição não significa paz".
"O nosso apoio à Ucrânia salva vidas e deve continuar", vincou Jens Stoltenberg, falando num "dia bom para a Suécia, para a NATO e para a paz e segurança em toda a Europa".
Destacando os "corajosos ucranianos que continuam a lutar pela liberdade", o líder da organização salientou ser necessário "continuar a fortalecer a Ucrânia para mostrar ao Presidente Putin que ele não vai conseguir o que quer no campo de batalha", devendo antes "sentar-se e negociar uma solução em que a Ucrânia seja reconhecida e prevaleça como uma nação independente e soberana".
A bandeira da Suécia é hoje hasteada na sede da NATO, em Bruxelas, numa cerimónia que oficializa a adesão do país nórdico à Aliança Atlântica após dois anos de negociações.
Referindo-se à adesão, Jens Stoltenberg observou que a Suécia tem "capacidades de vanguarda" na área da Defesa -- por terra, no ar e no mar --, alocando desde já mais de 2% do seu Produto Interno Bruto (PIB) a este setor.
"Em resposta à agressão de guerra da Rússia contra a Ucrânia, a NATO aumentou substancialmente a nossa presença nas linhas de demarcação e a adesão da Suécia reforça ainda mais essa presença", adiantou.
Também presente na ocasião, o primeiro-ministro da Suécia, Ulf Kristersson, salientou que a Suécia, enquanto membro da NATO, irá "partilhar os encargos, as responsabilidades e os riscos com os aliados".
"A situação de segurança na nossa região não era tão grave desde a Segunda Guerra Mundial e a Rússia continuará a ser uma ameaça para a segurança euro-atlântica num futuro previsível. Foi nesta perspetiva que a Suécia pediu para aderir à aliança de defesa da NATO para ganhar segurança, mas também para proporcionar segurança", adiantou o responsável.
Sobre a guerra na Ucrânia causada pela invasão russa, Ulf Kristersson garantiu apoio a Kiev, que "está a lutar corajosamente pela sua própria liberdade, mas também a defender a liberdade europeia".
Após mais de 200 anos de neutralidade, a Suécia é hoje oficialmente o 32.º membro da Aliança Atlântica.
A adesão da Suécia à NATO, desencadeada pela invasão russa da Ucrânia e conseguida após dois anos de intensas negociações, ocorreu após a Hungria -- um dos aliados, a par da Turquia, que colocou os maiores obstáculos -- ter aprovado no parlamento e ratificado o protocolo de adesão de Estocolmo.
[Notícia atualizada às 10h47]
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