Viúva de Navalny pede que "não se esqueçam" do marido. "Mataram-no..."
A morte de Alexei Navalny provocou uma grande onda de emoção na Rússia e no Ocidente.
© Didier Lebrun /Getty Images
Mundo Rússia
A viúva do opositor russo Alexei Navalny voltou esta quinta-feira a apelar para que "não se esqueçam" do que aconteceu ao marido.
"Puseram um homem inocente na prisão e começaram a torturá-lo. Fizeram-no passar fome, mantiveram-no sem luz, só com água gelada, não lhe deram roupas quentes, não lhe deram material de escrita", descreve Yulia Navalnaya numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
"E quando não conseguiram quebrá-lo, mataram-no. Não te esqueças disto, por favor", acrescenta.
Это важный текст. Посадили невиновного человека в тюрьму и стали пытать: морили голодом, держали без света, с одной ледяной водой, не давали теплую одежду, не давали письменных принадлежностей. А когда не смогли сломать, убили. Не забывайте об этом, пожалуйста https://t.co/GdJcK8iq2J
— Yulia Navalnaya (@yulia_navalnaya) March 7, 2024
Estas declarações de Navalnaya surgem após o seu apelo ao povo russo para contestar o presidente Vladimir Putin em 17 de março, terceiro e último dia das eleições presidenciais no país.
As eleições presidenciais na Rússia são uma mera formalidade para reeleger Vladimir Putin, que está no poder há mais de duas décadas, já que não há mais adversários, estando todos os outros candidatos subjugados ao poder do Kremlin (presidência russa).
"Podem votar em qualquer candidato, exceto em Putin, podem fazer um voto nulo, pode escrever 'Navalny' em letras grandes", sugeriu a viúva de Navalny, cujo funeral se realizou na semana passada em Moscovo com a presença de vários milhares de pessoas.
Yulia Navalnaïa, que prometeu continuar a luta do seu marido, tem apelado aos seus apoiantes para se juntarem a ela, garantindo que irá liderar a oposição a Putin.
A morte de Alexei Navalny provocou uma grande onda de emoção na Rússia e no Ocidente. Muitos líderes ocidentais culparam Moscovo pela sua morte, mas o Kremlin considerou essas declarações como "afirmações odiosas".
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