"UE e NATO prometem e prometem, mas de promessas está o inferno cheio"

O comentador José Milhazes analisou os últimos acontecimentos do conflito no leste europeu, entre os quais as declarações polémicas de Emmanuel Macron e também a libertação de um dos advogados do falecido Alexei Navalny.

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Notícias ao Minuto
27/02/2024 23:58 ‧ 27/02/2024 por Notícias ao Minuto

País

Guerra na Ucrânia

O historiador José Milhazes comentou os últimos acontecimentos no âmbito da guerra na Ucrânia, nomeadamente, sobre a libertação do advogado de Alexei Navalny.

“Não é o primeiro advogado de Navalny a ser detido. Há outros que estão na prisão à espera de julgamento, acusados de colaborar com terrorismo. Este aqui saiu e diz que foi detido como forma de o pressionar e aos advogados de Navalny, bem como à família”, apontou Milhazes no seu espaço de comentário na SIC Notícias.

O comentador falou ainda sobre a falta de lugar para prestar uma homenagem a Navalny, o principal opositor ao regime russo que morreu na semana passada. “O problema é que não há lugar absolutamente nenhum onde se possa prestar uma homenagem a Navalny ou onde até colocar o caixão. Provavelmente o que vão fazer é um funeral fechado num dos cemitérios de Moscovo”, apontou.

Ainda quanto às declarações do presidente de França, Emmanuel Macron, que não exclui o envio de tropas para a Ucrânia – uma ideia já rejeitada por restantes líderes ocidentais, como o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

“Macron estava esquecido e precisava de brilhar”, considerou, referindo que a declaração em causa poderia “não ser perigosa” se tivesse sido feita no início da guerra e a NATO dissesse “ou a Rússia para ou nós vamos entrar”. “Aí poderia ter algum sentido. O problema é que se fazem afirmações que se sabe, à partida, que não vão ser realizadas. Penso que nunca haverá na NATO consenso para entrar numa guerra com a Rússia. E isto é uma guerra direta”, apontou, lembrando outros “erros” feitos por Macron, como quando o mesmo exigiu que a União Europeia enviasse para a Ucrânia armamento fabricado em países do bloco europeu. “Leia-se: as fábricas francesas têm muito a fabricar. Agora, teve de recuar e dizer que a União Europeia não pode fornecer, de longe, aquilo de que a Ucrânia necessita, portanto vamos comprar a outros lugares”, atirou.

O comentador sublinhou ainda que “o próprio [chanceler Olaf] Scholz diz que não mandam soldados”, mas que também não enviam certos tipo de mísseis para Kyiv. “Porquê? Porque têm medo da Rússia ou não querem irritar muito Putin. O problema aqui é que é este tipo de política que faz com que os russos percam a vergonha e façam o que estão a fazer porque sabem perfeitamente que nem a NATO nem a União Europeia não conseguem falar a uma só voz”, referiu.

Milhazes considerou ainda que há muita "incompetência entre os líderes da guerra no sentido em que eles não compreenderam quem é Putin e como é que se pode travar Putin", exemplificando com a discussão que aconteceu em termos de que armamentos eram fornecidos à Ucrânia. "Isto cria na Rússia um sentimento de provocar a própria Rússia a avançar. A Ucrânia não tem sequer munições para se defender. A realidade é uma coisa muito triste: os Estados Unidos estão na situação em que estão e a União Europeia e a NATO prometem, prometem, prometem, mas de promessas está o inferno cheio", examinou.

Leia Também: Enviar tropas à Ucrânia? Macron teve "declaração infeliz", diz Raimundo

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