Umit Nar, um livreiro de Izmir, uma cidade na costa da Turquia, está a ser processado pela gigante de luxo francesa Hermès. Em causa está o facto de o homem ter usado o nome do deus grego na sua livraria.
Segundo a agência de notícias Agence France-Presse (AFP), o caso começou em dezembro de 2021, quando Umit Nar quis registar a marca da sua livraria, a Bouquiniste Hermes, que está em atividade há 15 anos em Istambul e em Izmir.
Após o pedido, o representante da Hermès na Turquia contactou a TurkPatent, responsável pela propriedade intelectual no país e posteriormente os tribunais, com o objetivo de impedir não só que o homem registasse a marca, mas também que usasse o nome nos seus negócios, alegando a "semelhança e o risco de confusão" entre as duas marcas - apesar da diferença entre os setores.
"Se eu tivesse aberto uma loja de calçados ou têxteis com o nome Hermes, seria compreensível. Mas os nossos campos são tão diferentes. A Hermès vende bolsas de pele luxuosas por milhares de euros, e eu vendo livros usados por 15 liras turcas, 45 cêntimos em euros ", frisou Imit Nar, em declarações à AFP, destacando que "fingir que pode gerar confusão é ridículo e é também um insulto à inteligência dos clientes" da marca luxuosa.
A primeira audiência do caso em tribunal ocorreu no mês passado e a próxima está agendada para 27 de março. Até lá, o livreiro apelou nas redes sociais para que os internautas contactem a marca francesa para pedir o encerramento do processo.
"Hermes, Zeus e o Pai Natal pertencem ao património cultural da humanidade. Nenhuma empresa deveria poder monopolizar estes nomes tão ancorados na nossa memória coletiva", destacou Umit Nar, que também é presidente da associação turca de livreiros usados.
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